Patrimônio

Chalé da Várzea: moradores fazem evento e cobram obra de restauração

Estão programadas atividades no Chalé da Várzea, neste sábado (9), a partir das 10h. Prefeitura não tem prazo para iniciar a recuperação do imóvel

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 08/07/2016 às 8:08
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O Coletivo Salve o Casarão da Várzea, grupo de moradores do bairro que há seis meses cobra da Prefeitura do Recife a obra de restauração do chalé romântico onde funcionou o primeiro hospital odontológico da América do Sul, o Magitot, convida a população para um dia festivo no prédio histórico. A ação está programada para esta sábado (9), a partir das 10h, com oficina de ioga e plantio de ervas medicinais.

Na verdade, as atividades serão realizadas no quintal porque o Chalé da Várzea, um sobrado de dois pavimentos, continua caindo aos pedaços, destelhado, sem piso, portas e janelas, apesar das promessas da prefeitura de fazer a recuperação do edifício. Dessa forma, o evento tem dupla função: chamar a atenção para a precariedade do prédio do antigo Hospital Magitot e mostrar à sociedade que o lugar pode renascer como um espaço cultural.

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Prédio do antigo Hospital odontológico Magitot, na Várzea, Zona Oeste do Recife, continua desabando - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Hospital Magitot, de odontologia, funcionou no bairro da Várzea (Recife) nas décadas de 1950 e 1960 - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Moradores da Várzea limpam quintal do antigo Hospital Magitot e cobram da PCR restauro do prédio - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Coletivo Salve o Casarão da Várzea mantém atividades no pátio externo do prédio desde abril/2016 - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Prédio do Hospital Magitot é classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) do Recife - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Prédio do Hospital Magitot é classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) do Recife - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Horta plantada no quintal do antigo Hospital Magitot pelo Coletivo Salve o Casarão da Várzea - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Horta plantada no quintal do antigo Hospital Magitot pelo Coletivo Salve o Casarão da Várzea - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O Magitot, na Praça da Várzea, no Recife, foi o primeiro hospital odontológico da América do Sul - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Prédio do Hospital Magitot é classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) do Recife - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Coletivo Salve o Casarão da Várzea pede à PCR a obra de restauração do antigo Hospital Magitot - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

 

Um cortejo do Maracatu Real da Várzea vai percorrer ruas do bairro, no sábado pela manhã, chamando os moradores para participar da brincadeira no chalé, localizado na Rua Azeredo Coutinho, bem na esquina com a Praça Pinto Dâmaso. “Se a gente consegue, praticamente sem recursos, transformar o local num espaço de convivência, a prefeitura pode implantar aqui um equipamento social para a comunidade”, avalia Priscila Tamar, uma das representantes do Coletivo.

O evento acontecerá poucos dias depois de o grupo receber da prefeitura a resposta ao pedido de esclarecimento sobre a obra de restauração do prédio e o projeto do futuro mercado público com 55 boxes que seria construído no pátio externo. “Nada avançou”, diz ela. Para o mercado, a prefeitura informou que a licitação no valor de R$ 1,3 milhão está pronta, mas faltam recursos. “Quanto à restauração do sobrado, disse que não há processo em andamento”, declara Priscila Tamar.

Procurada para falar sobre o assunto, a prefeitura limitou-se a enviar uma nota pela assessoria de imprensa. No texto, esclarece que tomou posse do terreno em 2013, confirma a licitação já concluída para a construção do pátio da feira e garante que a obra terá início ainda no segundo semestre deste ano. O mercado é destinado aos comerciantes que ocupam as calçadas do Magitot e da praça.

Sobre a obra de restauração do Chalé da Várzea, a prefeitura afirma que engenheiros e arquitetos do Gabinete de Projetos Especiais estão resolvendo questões técnicas – sem entrar em detalhes no assunto – e que a Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural também participará da discussão.

Classificado pelo município como Imóvel Especial de Preservação (IEP), em 2015, o chalé da Várzea, na Zona Oeste do Recife, abrigou o Hospital Magitot nas décadas de 1950 e 1960. A unidade era especializada em cirurgia buco-maxilo-facial e doenças da boca. “É lamentável deixar nessa situação uma casa com tanta história e num bairro tão antigo”, destaca Marcelo Antônio da Silva, conhecido como Pato, que também faz parte do Coletivo.

Enquanto o município não tem respostas concretas, o Coletivo Salve o Casarão da Várzea se encarrega de manter o lugar com vida. “Temos uma horta comunitária com pés de milho, feijão, macaxeira, jerimum, coentro, couve e manjericão. Já usamos as hortaliças para temperar as paneladas que promovemos”, diz Priscila. A torre da caixa d’água virou suporte para antena da rádio comunitária mantida pelo grupo, acrescenta Marcelo Pato.

Até o fim deste mês, o Coletivo pretende encher duas geladeiras velhas com livros que ficarão à disposição de todos no quintal da casa. “Estamos arrecadando publicações para a geladeiroteca”, avisa Priscila. O ponto de coleta dos livros é a Barbearia do Dudu, instalada numa das barracas que ocupam a calçada do Magitot, na Rua Azeredo Coutinho. A barbearia abre das 7h às 20h, de terça-feira a sábado; e das 7h às 12h, aos domingos.

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