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Câmeras de monitoramento das ladeiras de Olinda estão quebradas

No último domingo, uma onda de arrastões foi registrada por moradores durante as prévias carnavalescas, que acontecem desde o ano passado

JC Online
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Publicado em 24/01/2017 às 7:55
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No último domingo, uma onda de arrastões foi registrada por moradores durante as prévias carnavalescas, que acontecem desde o ano passado - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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A exatamente um mês do Carnaval e com um calendário de prévias cada vez mais intenso, o Sítio Histórico de Olinda, no Grande Recife, mostra que não está preparado para uma festa segura nos dias de Momo. Após as ocorrências de assaltos e arrastões do último fim de semana, o comandante-geral da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), coronel Carlos D’Albuquerque, admitiu ontem que as 40 câmeras de segurança da área, mantidas pela Secretaria de Defesa Social (SDS), estão desativadas e só devem voltar a funcionar dentro de 10 dias. O órgão negou que todos os equipamentos estejam parados e informou que alguns gravaram a ação do domingo. Entre informações desencontradas, o clima de insegurança impera nas ladeiras.

No último domingo, uma onda de arrastões foi registrada por moradores durante as prévias carnavalescas, que acontecem desde o ano passado. Para quem vive no Sítio Histórico de uma das cidades mais tradicionais do Carnaval pernambucano, a atmosfera não é de folia, mas de medo. “A violência está muito grande. Nesse fim de semana, até tiro teve. Não tenho coragem de brincar nem de trazer minha filha para o Carnaval este ano”, conta a dona de casa Edna Maria da Silva. 

Na última segunda-feira (23), cerca de 40 moradores de Olinda reuniram-se com representantes do executivo municipal na sede da Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca) para debater soluções para os problemas evidenciados no último final de semana. Com o mesmo objetivo, o prefeito Professor Lupércio (SD) encontra-se, hoje, com seus secretários e empresários da cidade, e amanhã com entidades ligadas à segurança pública e à proteção de crianças e adolescentes. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, as ações elaboradas nestas reuniões serão postas em prática já no próximo final de semana.

Até quem trabalhou a vida inteira na festa, está com receio de sair às ruas da Marim. “São 30 anos carregando bandeira em carnavais e nunca vi tanta violência como neste ano. Ontem (domingo) estava uma bagunça. Tem que ter mais fiscalização, a venda de garrafas de vidro, utilizadas nas brigas, deveria ser proibida”, afirma Nivaldo Nascimento, 68 anos, porta-bandeira de Ceroulas, uma das agremiações mais famosas da festa.

A Prefeitura de Olinda ressalta que o que cabe ao governo municipal é o disciplinamento do trânsito, a fiscalização dos estabelecimentos e do comércio ambulante, além da coordenação do controle urbano. O major Alano Araújo afirmou que, a partir do próximo fim de semana, o efetivo será reforçado para as prévias. “Foram 80 policiais no domingo, mas o público foi muito grande. O policiamento estava presente e foi atuante, mas direcionado para outra realidade”, declarou. 

Ainda segundo ele, o serviço de inteligência da Polícia Militar está trabalhando para identificar os locais onde os grupos se encontram, uma vez que as brigas são marcadas através das redes sociais. 

Resposta da SDS

Em nota, a SDS informou que, por ação de vândalos, a fibra ótica das câmeras está em manutenção e até a semana carnavalesca os equipamentos estarão em sua capacidade máxima. Na contramão da declaração do comando da PM, o órgão informou que algumas câmeras flagraram a ação do domingo e que as imagens estão sendo analisadas.

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