Carnaval 2017

Arrastão do frevo comemora 110 anos do ritmo pedindo maior divulgação

Amantes do frevo dançaram, deram aula e defenderam a cultura popular

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Publicado em 09/02/2017 às 19:02
Ricardo Labastier/JC Imagem
Amantes do frevo dançaram, deram aula e defenderam a cultura popular - FOTO: Ricardo Labastier/JC Imagem
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No aniversário de 110 anos do frevo, passistas e carnavalescos de todas as idades saíram em cortejo entre os Pátios do Carmo e de São Pedro, no Centro do Recife, em um arrastão de alegria para homenagear o ritmo "que entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé", como dizia Capiba em Voltei, Recife. Os participantes integram grupos de dança de vários bairros do Recife e se uniram em uma associação para promover a cultura popular e pedir que o frevo saia da sazonalidade.

Os carnavalescos se concentraram em frente ao Pátio do Carmo e saíram após às 18h, com mais de uma hora de atraso, sem a esperada orquestra patrocinada pela prefeitura, que chegou quando o grupo já entrava no Pátio de São Pedro, cantando e batucando com as mãos. Lá, crianças e adultos deram um show, para delírio de quem estava no local. Depois vários coreógrafos subiram ao palco para ensinar aos presentes passos como tesoura, carpado e dobradiça. Em seguida veio o acerto de marcha com frevos de bloco.

Presidente da associação e diretora da Escola de Frevo do Recife, Ana Miranda diz que a instituição tem 640 alunos e atividades durante todo o ano, recebendo convites pontuais. "A gente quer mostrar a força do passo da dança do frevo, que não deveria ser tão sazonal", defendeu. "As pessoas têm uma ideia de que arte popular é barata ou gratuita. Mas só um figurino custa em torno de R$ 300. Uma sombrinha de frevo gira entre R$ 80 e R$ 120".

Cultura popular

Entre os participantes, A Cia Pé-Nambuco de Dança, coordenada pelo coreógrafo Wagner Max. "Pela primeira vez estamos realizando este encontro pela associação. É importante lembrarmos que o frevo é patrimônio imaterial da humanidade e é preciso consolidar essa cultura e garantir os direitos dos artistas populares. Muitos ensaiam três vezes por semana. Amam o frevo, mas não conseguem viver da dança. Precisamos de mais parcerias com o setor privado".

o Bloco Lírito Infantil Sonhos e Fantasia, de Boa Viagem. "Fundamos o bloco há 13 anos, para que as crianças possam divulgar e seguir a cultura popular, inclusive já gravamos um CD de frevo de blocos", comora a fundadora Isa Souza.

Durante todo o dia houve várias ações de homenagem ao aniversariante, como lançamento de livros e CD, concursos, oficinas, encontro de estandartes e aulas gratuitas, no Recife e em Olinda. O Paço do Frevo, no Recife Antigo, passou o dia com atividades e entrada gratuita.

 

 

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