Exatamente um mês após Edvaldo da Silva Alves, de 19 anos, ser atingido por uma bala de borracha disparada por um policial militar durante um protesto contra a violência em Itambé, na Zona da Mata de Pernambuco, a Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE) emitiu uma nota informando que iniciou um diálogo com a família do jovem. Edvaldo morreu no último dia 11 devido a complicações causadas pelo ferimento. Segundo o documento enviado pela PGE, o canal de comunicação foi aberto seguindo orientação do governador Paulo Câmara.
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Ainda conforme o texto, "na tarde desta segunda-feira (17), o procurador-geral do Estado de Pernambuco, César Caúla, e o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, receberam o advogado Ronaldo Jordão, que representa a família, na sede da PGE-PE". A nota não especifica os assuntos que foram abordados na reunião.
Segundo Ronaldo Jordão, apesar de solícitos, os representantes do governo estadual não apresentaram nenhuma proposta no encontro. "Efetivamente não houve proposta concreta por parte do governo, apenas discutimos todo o caso, desde o protesto até o dia de hoje. Esta semana apresentaremos os cálculos do que a família tem direito e o governo vai analisar se dará administrativamente a eles a indenização merecida. Se a resposta for negativa, a gente vai acionar o poder judiciário. Nós não estamos vendendo a vida do jovem Edvaldo, estamos buscando um direito da família, que isso fique claro", afirmou o defensor.
Jordão disse que acredita que o governo deve se posicionar sobre a proposta da família - que deve ser entregue até quarta-feira (19) - na próxima sexta-feira (21).
COBRANÇA
Também por nota, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos repudiou a ação policial que levou à morte de Edvaldo e cobrou a devida apuração do caso pelo governo do estado e demais autoridades competentes.
VÍDEO
Em imagens que viralizaram na internet, dois oficiais e um soldado aparecem no vídeo gravado por um morador de Itambé no dia em que Edvaldo foi baleado. Depois de ser atingido pela bala de borracha, o jovem ainda é arrastado, agredido e jogado na carroceria de uma viatura. A Secretaria de Defesa Social informou, à época, que os PMs foram afastados das ruas até que as investigações sejam concluídas.