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Cabo e Igarassu entre as cidades mais violentas

Pesquisa é relativa ao ano de 2015

Da editoria de Cidades
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Publicado em 05/06/2017 às 19:14
Alexandre Gondim/JC Imagem
Pesquisa é relativa ao ano de 2015 - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Dos 30 municípios mais violentos do Brasil em 2015, dois estão em Pernambuco. Cabo de Santo Agostinho e Igarassu, ambos na Região Metropolitana do Recife (RMR), figuram na 10ª e 28ª colocações, respectivamente, no Atlas da Violência divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).


O estudo traz um diagnóstico da criminalidade violenta no País entre os anos de 2005 e 2015. O principal índice é relativo aos homicídios. O Cabo de Santo Agostinho apresentou, em 2015, uma taxa de 85,3 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes, enquanto Igarassu ficou com 69,4. A título de comparação, o município de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, considerado o mais seguro do País naquele ano, teve apenas 3,7 homicídios por 100 mil moradores. Altamira, no Pará, foi o mais violento, com impressionantes 107 mortes para o mesmo grupo de pessoas.

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Das 30 cidades mais violentas do País, 18 estão no Nordeste, sendo nove na Bahia. Entre os 30 mais seguros, o Estado de São Paulo tem nada menos que 19. Apenas uma das cidades menos violentas do Brasil não está nas regiões Sul e Sudeste: Cametá, no Pará. Dados que mostram a relação entre a oferta de emprego, melhores equipamentos de educação e saúde, além de uma melhor infraestrutura urbana, na diminuição da atividade criminosa.


A pesquisa levou em conta os 303 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, e o resultado não é nada satisfatório para Pernambuco. O Estado tem 12 cidades com esse perfil, e todas estão na parte de baixo da tabela – a mais violenta. A mais bem colocada – Garanhuns, no Agreste – está apenas em 175º lugar. O Recife aparece apenas na 215ª posição. São Paulo, a maior cidade do País, está na 67ª colocação.


Segundo os pesquisadores, Pernambuco chegou a ser exemplo para o País durante os primeiros sete anos do Pacto pela Vida – política pública de segurança concebida em 2007 na gestão do então governador Eduardo Campos. “Nesses 11 anos analisados, cabe destacar o desempenho de Pernambuco, que foi uma ilha de diminuição de homicídios no Nordeste entre 2007 e 2013 (quando logrou queda de 36% da taxa de homicídio no período). Contudo, houve um aumento dos homicídios nesse Estado, a partir de 2014, que apenas no último ano (2015) aumentou 13,7%, fazendo com que a prevalência de homicídio voltasse ao padrão observado entre 2009 e 2010”, diz trecho do estudo.


Dentro do período analisado pela pesquisa, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes em Pernambuco teve seu ápice em 2007: 53. Foram seis anos seguidos de redução até 2013, quando o índice chegou a 33,9. Em 2014 e 2015, dois aumentos sucessivos: 36,2 e 41,2, respectivamente. A variação total nos 11 anos estudados pelo Ipea e pelo FBSP foi uma redução de 20% no índice.
“Analisando a variação na taxa de homicídio no país entre 2010 e 2015, observou-se as maiores quedas no Espírito Santo (-27,6%), no Paraná (-23,4%) e em Alagoas (-21,8%). Por outro lado, os maiores crescimentos aconteceram nos estados de Sergipe (+77,7%), Rio Grande do Norte (+75,5%), Piauí (+54,0%) e Maranhão (52,8%). Com exceção do Tocantins e Amazonas, todos os estados com crescimento superior a 100% nas taxas de homicídios, entre 2005 e 2015, pertenciam ao Nordeste”, diz outro trecho do estudo. O Atlas também analisou, no mesmo período, índices como letalidade policial, perfil das vítimas de assassinato e violência contra a mulher.

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