SUPERAÇÃO

''Ela morreu em nossos braços'', desabafa marido de mulher morta em centro espírita

Sérgio Costa foi feito refém durante a ação dos bandidos no Grupo Espírita Amor ao Próximo

JC Online
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Publicado em 07/07/2017 às 13:30
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Sérgio Costa foi feito refém durante a ação dos bandidos no Grupo Espírita Amor ao Próximo - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Em meio ao momento de dor e consternação pela morte da professora Luisiania de Barros Correia Nunes, 57, durante uma troca de tiros dentro do Grupo Espírita Amor ao Próximo (Geap), em Jaboatão dos Guararapes, o marido da vítima, irmão do deputado federal Sílvio Costa, Sérgio Costa, não procura culpados pela morte da mulher. O desejo, segundo palavras do próprio, é de que as mazelas sociais que vitimaram fatalmente sua esposa precisam ser combatidas com a força do "fazer o bem". Refém dos assaltantes na última quarta-feira, Sérgio conta que Luisiania morreu em seus braços, "lutando".

"Quando eu a encontrei, já a encontrei morrendo. Deu tempo de chamar o meu filho, mas ela morreu em nossos braços (...) ela morreu em nossos braços, mas morreu lutando", desabafou durante o sepultamento da vítima nesta sexta-feira (7).

O crime estarreceu a todos. Na noite dessa quarta-feira (5), um grupo armado invadiu o centro espírita em meio a uma palestra que reunia centenas de pessoas. Com alguns dos bandidos infiltrados, passando-se por frequentadores do local. Uma troca de tiros foi iniciada por outro homem que estava no Geap, o policial militar Alexandro Alves de Melo, 40, que morreu, assim como dois dos suspeitos e a esposa de Sérgio.

Reação

"Não vamos culpar ninguém, o policial só teve a intenção de ajudar. Não vou culpar o policial, não vou culpar governo. São as mazelas sociais que existem em todo o universo terrestre. Cabe a nós que ficamos cuidar para melhorar e para fazermos o bem", continuou.

Para a polícia, mais de uma pessoa reagiu à ação dos bandidos, versão que não foi confirmada por Sérgio, que lembra de ter visto apenas uma pessoa se levantar e atirar. "Não tenho essa informação, o que se sabe é que subiram 4 pessoas fazendo reféns e foram vistos mais 3 pessoas dando apoio ao grupo (...) eu fui o primeiro com um revólver na cabeça. Eles não sabiam o que era, apenas entraram lá para roubar", esclareceu.

Ao descrever a mulher, mãe de dois filhos e companheira há 39 anos, Sérgio é enfático: "Fantástica". "Ela cuidou de mim a vida toda. Eu me preparei a vida toda para deixá-la e não ela me deixar. Em casa, fica uma saudade, mas minha esposa era uma pessoa evoluída. Todo espírito evoluído quando encarna, encarna em silêncio, mas quando desencarna faz barulho. Ela foi manchete nacional".

Segundo Sérgio, a família não deixará de frequentar o centro espírita, mesmo após o episódio. Uma palestra já está sendo planejada para acontecer no Geap, com participação inclusive de Sérgio e da família, "do jeito que ela (Luisiania) gostava".

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