Centros históricos

Arquiteto alerta: ou o Recife cuida de seus casarões ou eles vão cair

No domingo, incêndio em casarão da Rua da Glória, na Boa Vista, deixou dois mortos

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Publicado em 01/08/2017 às 8:22
Diego Nigro/JC Imagem
No domingo, incêndio em casarão da Rua da Glória, na Boa Vista, deixou dois mortos - FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
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Ou o Recife investe em planejamento imediatamente e estimula a ocupação assistida de seus centros históricos ou vai perder todo o seu patrimônio. O alerta é do presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU), Roberto Montezuma, ao ser questionado sobre as ações necessárias para que casarões do Centro da cidade não sejam palco de constantes incêndios e desabamentos, como ocorreu no domingo na Rua da Gloria, bairro da Boa Vista, onde um incêndio em uma pensão deixou dois mortos.

“É importante que casos como o da Rua da Glória não se repitam. Essas pessoas estão desassistidas. É preciso ações que ajudem na manutenção dessas casas e estímulo à ocupação dos centros por todas as classes sociais, eles não podem ser zona de abandono. Esse caso não é o primeiro e eles vão continuar acontecendo. Quando se ver, acabou todo o centro histórico”, avisa.

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O arquiteto explica que existem discussões sobre o Bairro do Recife (que já tem projeto e precisa ser executado) e bairros de Santo Antônio e São José, devendo ser estendidas para o bairro da Boa Vista. E salienta que não se pode pensar apenas nos espaços públicos, nem só nas fachadas dos imóveis. “Os centros históricos devem ser renovados a partir de seus interiores, senão vão cair”, diz.

PLANEJAMENTO


Montezuma defende que é necessário reestruturar órgãos de planejamento. “Deixaram morrer órgãos públicos que fazem isso, como a Fidem e a URB, pois não há renovação de profissionais, não há política de cargos e carreiras, os órgãos foram fragilizados. Não é só no Recife. Somos o País que tem mais leis urbanas do mundo e as cidades estão colapsadas”.


O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea) informou, por meio de sua assessoria, que só emitiria opinião sobre o assunto após uma análise dos fatos.

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