O lixão de Aguazinha, que funciona há mais de 30 anos em Olinda, será fechado pela prefeitura nesta quarta-feira (09/08). Com o encerramento das atividades no local, o lixo produzido na cidade terá como destino a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) localizada em Igarassu, município da Região Metropolitana do Recife. A medida atende determinação da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (08/08), no Palácio dos Governadores, o prefeito Lupércio do Nascimento disse que o tratamento correto do lixo vai credenciar o município para receber recursos do ICMS Socioambiental. "São R$ 6 milhões ao ano que Olinda estava deixando de receber por manter um lixão", destaca o prefeito. Diariamente, são recolhidas 400 toneladas de resíduos sólidos na cidade.
Para transportar o lixo até a CTR Igarassu, a partir desta quarta-feira, a prefeitura assinou contrato emergencial com uma empresa, com vigência de três meses, e vai desembolsar R$ 1,3 milhão pelo serviço. Além disso, terá de pagar R$ 50 por tonelada de lixo despejada na central. O contrato, aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), poderá ser prorrogado por mais três meses, se o município não encontrar uma solução definitiva nesse período, informa o secretário de Serviços Públicos de Olinda, Evandro Avelar.
De acordo com o prefeito, 73 catadores que atuam no lixão de Aguazinha foram cadastrados e serão capacitados para continuar trabalhando com reciclagem, mas em outras condições. Catadores que estavam no lixão, nesta terça-feira, disseram que o cadastro deixou de fora a maior parte dos trabalhadores, todos moradores de Olinda.
PROTESTO
"A gente vive da coleta desse material em Aguazinha, se a prefeitura fechar o lixão, muitas pessoas ficarão desempregadas", destaca Wilson Alfredo da Silva, que sobrevive do lixão há sete anos. "Vamos fazer um protesto amanhã (09/08), não podemos ficar sem trabalho, temos família para sustentar", completa Mirani Ramos da Silva, catadora em Aguazinha há 20 anos.
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A Prefeitura de Olinda terá de pagar R$ 790 mil em multas, aplicadas pela CPRH, por não ter apresentado uma solução para a destinação correta dos resíduos sólidos e manter um lixão, que provoca a contaminação do solo, rios e riachos. Evandro Avelar acrescenta que o município ainda vai elaborar projeto para definir o que fazer com as cem mil toneladas de resíduos acumulados em Aguazinha nos últimos dois anos, quando o local voltou a ser usado como lixão.