O Porto Digital é um dos finalistas da 30ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Parque tecnológico instalado no Recife, ele concorre com as ações de recuperação de prédios antigos que vem desenvolvendo desde 2001. Nos últimos 16 anos, o Porto Digital restaurou oito imóveis no Centro da cidade – sete no Bairro do Recife e um em Santo Amaro – e no momento está com cinco projetos em andamento.
“Estamos concorrendo numa categoria nova do prêmio, que reconhece iniciativas de gestão compartilhada do patrimônio cultural. O trabalho de restauração das edificações envolve nosso esforço de governança, a prefeitura e o governo do Estado”, afirma Leonardo Guimarães, diretor executivo do Porto Digital. O parque tecnológico disputa o prêmio Rodrigo Melo Franco com outras 11 iniciativas do gênero e o resultado final será anunciado em Brasília, no início da próxima semana.
O primeiro prédio restaurado pelo Porto Digital fica na Rua Bione, no Bairro do Recife, e abriga a sede do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R.). Construído no século 19 para funcionar como galpão de armazenamento, o imóvel foi comprado pelo Núcleo Gestor do Porto Digital em 2001. Nesse mesmo ano, o parque tecnológico adquiriu mais três imóveis do século 19 no Recife Antigo, sendo dois na Rua do Apolo (175 e 181) e outro no Cais do Apolo (212), reformados para acolher o Portomídia.
Ainda no Bairro do Recife, o Porto recuperou um prédio de propriedade do governo do Estado para receber a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Rua Vital de Oliveira) e um edifício da Prefeitura do Recife, para implantar o Softex (Rua Domingos José Martins). Em Santo Amaro, o imóvel de número 420 da Rua Capitão Lima voltou a fazer parte da vida da cidade como Jump Brasil e agora é o endereço do escritório administrativo e atendimento do aplicativo Uber.
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No último prédio restaurado e reaberto pelo Porto Digital (Rua do Apolo, 235), com patrocínio do BNDES, funcionam laboratórios de apoio ao Portomídia (salas de treinamento, auditório, galeria de artes digitais), o Laboratório de Objetos Urbanos Conectados (L.O.U.Co) e a Jump Brasil (aceleradora e incubadora de empresas). Era uma casa em ruínas, do século 19, originalmente usada como residência e comércio.
Um dos projetos em andamento prevê a reocupação do número 50 da Rua da Moeda com um hotel de empresas. “É um espaço para empresas de menor porte, recém-saídas da aceleradora ou da incubadora, com salas de 40 a 50 metros quadrados. Falta isso no Bairro do Recife”, diz Leonardo Guimarães. O edifício em ruínas ocupa uma quadra.
“Todos estão sob a nossa gestão, mas alguns são alugados a empresas. Temos prédios de propriedade do Núcleo Gestor do Porto Digital, edificações do Estado cedidas ao Porto e imóveis do governo com uso vinculado ao parque tecnológico”, detalha Leonardo Guimarães. Criado no ano 2000, o Porto Digital restaurou mais de 50 mil metros quadrados de imóveis históricos na área do parque.
CATEGORIAS
A superintendente do Iphan-PE, Renata Borba, informa que Pernambuco está representado em três categorias, das quatro modalidades existentes no prêmio. Além do Porto Digital, concorrem o Paço do Frevo (projetos que ajudam a comunicar, interpretar, divulgar, difundir e educar para o patrimônio cultural) e o projeto Redes de Mestres e Brinquedos (estudo, pesquisa, documentação e identificação para salvaguarda do patrimônio imaterial), para preservação do teatro de bonecos.
Dos 296 projetos inscritos em todo o País, 68 serão analisados pela Comissão Nacional de Avaliação segunda (21/08) e terça-feira (22/08). Os oito vencedores (dois por categoria) receberão R$ 30 mil, cada. “Pernambuco concorre com iniciativas de instituições, de pessoas e de associações que compartilham com ma missão do Iphan, de resgatar o patrimônio cultural brasileiro”, declara Renata Borba.