Na semana em que promove a primeira Festa Literária do Coque, a Biblioteca Popular da comunidade, na Ilha Joana Bezerra, bairro da área central do Recife, corre o risco de perder a sede. Desde a fundação, em 2007, a biblioteca funciona numa casa alugada. Há poucos dias, a proprietária anunciou que pretende vender o imóvel e pediu que o espaço fosse desocupado o mais rápido possível.
“Pagamos o aluguel mensal, de R$ 300, com ajuda de amigos da biblioteca. A proprietária pediu R$ 80 mil, inicialmente, mas baixou o valor para R$ 50 mil. Se ela diminuir mais um pouco, poderemos tentar o apoio de parceiros para comprar”, afirma Rafael Andrade, um dos coordenadores da Biblioteca Popular do Coque. “Se não der certo, teremos de achar outro local no próximo ano.”
Leia Também
Com acervo de 2.120 livros de literatura infantil, juvenil e adulto e mais de 300 leitores cadastrados, a biblioteca funciona de segunda a sexta-feira, pela manhã e à tarde. “Somos um lugar de leitura e um espaço cultural, promovemos debates sobre direitos humanos e literatura”, afirma Rafael Andrade.
A primeira Festa Literária do Coque, diz ele, segue a mesma filosofia de conscientização para o acesso à leitura. O evento, com o tema A literatura como direito da comunidade, começou terça-feira (21/11), com roda de conversa e exposição na Escola Municipal do Coque e se estende até esta quarta-feira (22) com outras atividades.
HISTÓRIAS
Denominada Um olhar transatlântico, a exposição é montada com poesias de autores pernambucanos e franceses (Alberto da Cunha Lima, Déborah Brennand, Hélène Cadou e Jean-François Dubois, entre outros) e desenhos de Rodrigo Fisher e Eduardo Dessay. É uma contribuição da Biblioteca Comunitária de Caranguejo e Tabaiares, nos bairros de Afogados e Ilha do Retiro, para a Festa Literária do Coque.
A programação termina nesta quarta-feira com contação de histórias na Creche Mãezinha do Coque, Biblioteca Municipal, Biblioteca Popular e sede do Neimfa, das 9h às 16h30. Tudo gratuito.
Morador do Coque, Kleiton Antunes, 16 anos, despertou para a literatura em 2015 ao descobrir a biblioteca. Além de usar o local para leitura e estudo, ele é voluntário da casa. Aluno do 9º ano do ensino fundamental, Kleiton disse que lê seis livros por mês, em média. “Minha escrita melhorou bastante na escola”, declara.
