ATITUDE CIDADÃ

Projeto pede ajuda para criar primeira banda inclusiva do Brasil

O Instituto Sons do Silêncio atende cerca de 150 jovens com diversos tipos de deficiência

AMANDA RAINHERI
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AMANDA RAINHERI
Publicado em 16/02/2018 às 9:14
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O Instituto Sons do Silêncio atende cerca de 150 jovens com diversos tipos de deficiência - FOTO: Foto: Divulgação
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Eles encantaram os foliões antes mesmo de o Carnaval começar. Durante a festa, subiram ao palco do Marco Zero na abertura oficial dos dias momescos na capital, ao lado da homenageada Nena Queiroga. Agora, os jovens músicos portadores de deficiência do Instituto Sons do Silêncio sonham ainda mais alto: querem se tornar a primeira banda filarmônica inclusiva do Brasil. Para isso, a instituição precisa arrecadar R$ 60 mil para a compra de instrumentos, além de conseguir uma sede própria.

O instituto atende cerca de 150 jovens com diferentes tipos de deficiência. O projeto surgiu a partir da vontade do músico e pedagogo Carlinhos Lua de ensinar uma pessoa surda a tocar saxofone. Mas um plano maior ganhou corpo quando ele conheceu o Porto Social, incubadora e aceleradora de projetos sociais, que ensina voluntários a empreender através de suas ideias. “Foi aí que nasceu o sonho de criar uma banda inclusiva. Afinal, se a música é um espaço de inclusão, como alguém pode não participar?”, questiona o diretor presidente.

Sem estrutura própria, Carlinhos se vira como pode. São apenas seis instrumentos para os mais de cem alunos. “Boa parte ainda está aprendendo a teoria, então consigo administrar. Em breve, eles terão que passar para a prática, e não temos instrumentos suficiente para todos”, lamenta o músico.

As dificuldades levaram o instituto a lançar, no fim do ano passado, uma vaquinha em prol da instituição. “Precisamos de saxofones, trompetes, trombones, clarinetes, instrumentos de percussão, violino, violoncelos e baterias”, detalha Carlinhos.

Além disso, o projeto, que funciona parcialmente no prédio do Porto Social, na Ilha do Leite, área central do Recife, precisa de uma sede própria, onde os jovens possam ter aulas de música e das disciplinas de português, língua brasileira de sinais (libras) e matemática. “Identificamos que, no caso dos surdos, por exemplo, a dificuldade não estava em aprender música, mas na base escolar. Muitos não eram alfabetizados. As escolas não estão preparadas para ensinar alunos com deficiência, então também oferecemos esse apoio no instituto”, relata.

As doações de qualquer valor podem ser feitas diretamente na conta-corrente do projeto (Banco do Brasil, agência 3108-9, conta 25.559-9, Carlos Alberto S. Alves). Quem doar receberá como agradecimento um CD que será gravado no Marco Zero, quando a banda for lançada, em agosto.

BLOCO

No dia 2 de fevereiro, os músicos animaram a Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife, com o bloco Eficiência e Folia. Na semana seguinte, foram convidados a subir ao palco com seu estandarte durante a abertura do Carnaval no Recife.

“Foi uma festa muito bonita. Este é um trabalho muito importante. Queremos ver as pessoas portadoras de deficiência empoderadas, não em subempregos. Elas crescem ouvindo que não podem e não conseguem fazer as coisa. Estamos provando o contrário”, afirma Carlinhos Lua.

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