#vaitergorda

Mulheres plus size protestam no Recife contra gordofobia

O objetivo foi discutir a presença das mulheres 'fora do padrão' nas praias, sobre os olhares de vários banhistas e passantes

Maria Eduarda Bravo
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Maria Eduarda Bravo
Publicado em 18/03/2018 às 11:49
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Modelos, artistas e mulheres Plus Size de Pernambuco se reuniram na manhã deste domingo (18) para abrir os olhos sobre a gordofobia. Com o objetivo de discutir a presença das mulheres 'fora do padrão' nas praias, a segunda edição do evento #VaiTerGorda aconteceu na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, sobre os olhares de vários banhistas e passantes. 

O evento gratuito foi organizado pelo projeto Mundo Plus em Movimento, onde buscou motivar um debate sobre gordofobia e de um mundo onde a pressão estética fazem com que mulheres odeiem suas formas o tempo todo. A coordenadora do projeto, Karla Rezende, afirmou que eram esperadas mais de 100 pessoas no local e que o primeiro passo é a aceitação. 

Foto: Guga Matos/JC Imagem
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"O movimento #VaiTerGorda é um protesto que a gente quer mostrar à sociedade, onde o foco principal é a aceitação. São as mulheres se aceitarem do jeito que são e ser feliz dessa forma", afirma Karla. "A gente quer trazer para as meninas alegria. Não tem que se isolar porque é gorda não, a gente é mulher, é mãe, saudável, que é mais importante", acrescentou Karla.

Evento

O encontro, que questionou os padrões de beleza, combatendo a gordofobia e espalhando a tolerância às diferenças, contou com a presença das misses Pernambuco Plus Size 2015, Bibi Luz, e da Miss Pernambuco Plus Size 2016, Mariana Donato.

"Tudo que a gente faz nos mundo das gordas tem dois motivos: primeiro, que as pessoas comecem a respeitar, porque isso é escolha de vida. Sempre escutei da minha família, 'você é linda, deveria emagrecer', aí eu simplesmente decidir ser só linda e ignorar que eu poderia emagrecer. Eu posso ser magra, mas isso vai demandar um esforço muito grande pra mim", conta Mariana, Miss Pernambuco Plus Size 2016.

"Hoje eu não tenho nenhum problema de saúde. Sou gorda há 32 anos e não mudei nada na minha vida. Já fui magra, usava 40/42 e hoje uso 52 e a diferença que tem entre esses números é nenhuma, só no amadurecimento", acrescentou Mariana.

Além de Pernambuco, o evento é realizado em outros estados brasileiros, como São Paulo e Bahia.

Dificuldades

Com a ajuda do movimento, os protestos das pessoas participantes foram expostos. Mesmo com o esforço de apresentar para a população, que as pessoas gordas podem se amar, se sentirem lindas e livres dos padrões, as dificuldades no cotidiano ainda fazem parte da vida daqueles que escolheram estar acima do peso 'tradicional'.

A Miss Pernambuco Plus Size 2016, compartilhou os problemas no dia a dia, nas ruas ou no ambiente de trabalho. "Nos locais de trabalho a gente escuta comentários, mas continou sendo formada do mesmo jeito, continuo tendo meus empregos, continuo sendo capaz como as outras pessoas. Só não vou ser triatleta", afirma.

"Por que a cadeira do avião tem aquele tamanho? Porque financeiramente aquela maneira acomoda um número maior de pessoas, naquele espaço. E quando eu e marido vamos no avião, eu sou obrigada a comprar mais espaço. Então eu, decidi não comprar mais em locais que não me ajudam. É uma questão simples", lamenta.

A modela Plus Size Loretha Catramby comenta sua dificuldade em conseguir emprego, por causa do seu peso. "Eu trabalho como produtora de eventos e não consigo emprego porque nesta área só querem loiras altas e magras. Eu envio o meu currículo, mas não sou aceita", desabafou Loretha. "É importante que as mulheres principalmente, não sintam vergonha do corpo delas, que saim de dentro de casa e que tenham auto-estima", acrescentou. 

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