Mobilidade

Mudanças no entorno do Shopping Tacaruna estão previstas para agosto

Ordenamento de ambulantes, reabertura da praça e novo plano de circulação são programados pelo município para a área

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 26/07/2018 às 8:04
Felipe Ribeiro/JC Imagem
Ordenamento de ambulantes, reabertura da praça e novo plano de circulação são programados pelo município para a área - FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Requalificação da Praça General Carlos Pinto. Inauguração de duas praças de alimentação no Hospital de Câncer. Ordenamento de ambulantes e implantação de um novo plano de circulação no entorno do Shopping Tacaruna, em Santo Amaro, área central do Recife. De uma só vez, o município pretende concluir projetos iniciados há anos e entregar todos juntos à população, em agosto, por meio de uma parceria (via ação compensatória) com os Shoppings Tacaruna e Plaza. Por enquanto, o cenário na área é de total desordem urbana, com grande dificuldade de mobilidade para o pedestre.

A praça está cercada por tapumes para revitalização desde agosto do ano passado. Antes, já havia passado dois anos fechada para reforma. Agora, ela recebeu uma fonte (por enquanto sem água e sem iluminação), mas ainda precisa passar por um serviço de paisagismo e reparos estruturais. Com os tapumes, os pedestres ficam sem calçada e precisam driblar ambulantes e os veículos estacionados no entorno da praça, para caminhar na rua.

“Tudo isso vai mudar. Com as praças de alimentação do Hospital de Câncer, 24 ambulantes vão ser transferidos para lá e os demais foram todos cadastrados, com fotografia, e vamos buscar alternativas para eles, inclusive fora da área. Mas vou me reunir com eles para discutir isso”, informa o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga. Segundo ele, as praças de alimentação estão em finalização, faltando ligação de energia, água e alguns equipamentos. Já a pracinha receberá uma equipe hoje para um diagnóstico dos reparos necessários.

SEM GASTOS PARA MUNICÍPIO

Uma das praças já estava pronta há cerca de três anos, mas só tinha oito quiosques, número equivalente ao de comerciantes que ficavam em frente ao muro do hospital. Um terreno ao lado foi adquirido e novos espaços construídos, totalizando 24, para receber também ambulantes que atuam na calçada ao lado do centro de compras. As praças contarão com quatro banheiros.

“Ainda vamos resolver o problema de circulação da área. Taxistas serão ordenados, estacionamentos proibidos, faremos melhorias no acesso ao shopping, estamos concluindo o novo plano de circulação”, adianta Braga. “O investimento dos nossos parceiros é de cerca de R$ 1,2 milhão, não há custos para o município.”

Entre os comerciantes que já sabem que irão para as praças de alimentação, as opiniões se dividem. “Não vejo a hora, aqui é muito ruim quando chove, molha tudo”, diz Maria de Fátima Souza, 63 anos, há 40 trabalhando na Rua dos Casados. Já Wagner Emídio da Silva, 32, há 20 anos na via, tem medo da concorrência. “Vamos ter que dividir a clientela do hospital com os comerciantes da outra rua e o movimento não é só pela manhã.”

PROTESTO

Já os ambulantes que podem ser realocados estão em alerta e já falam em protesto. “A gente quer resolver em paz, mas se quiserem botar a gente em um lugar que não tem cliente vamos protestar. Dependemos disso. Somos pais de família, não temos emprego. Se vão retirar os quiosques da calçada podiam colocar a gente lá, todos temos barracas móveis”, defende Ricardo Morais, 42 anos, há três na área vendendo batata-frita. “Sou ambulante desde os 13 anos, é o que sei fazer. Queremos resolver isso na calma, mas o lema da prefeitura é tirar e pronto, aí não vamos aceitar”, diz Rafael Fernandes, 35, há dez anos no local vendendo pastéis.

A vendedora Alice Souza, 25, cliente dos ambulantes, diz que seria bom encontrar um lugar para eles. “Todo mundo precisa trabalhar. Mas isso aqui também tem que ser organizado, é muito tumulto, a gente nem consegue andar direito. E é importante lembrarem da questão da segurança, pois isso aqui pode ficar esquisito”, observa.

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