SEGURANÇA

Moradores clamam por mais atenção ao Sítio Trindade

Após caso de estupro denunciado na última quinta (20), moradores cobram mais segurança e atividades para o local

Thiago Cabral
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Thiago Cabral
Publicado em 26/09/2018 às 8:50
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Após caso de estupro denunciado na última quinta (20), moradores cobram mais segurança e atividades para o local - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Não é de hoje que a insegurança tem afastado frequentadores do Sítio Trindade, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife. Entre os que se arriscam a ir ao local, resiste o medo de ser vítima de violência. Esse sentimento ganhou força depois que duas estudantes de 15 e 16 anos denunciaram à polícia terem sido estupradas na última quinta-feira (20), nas proximidades da concha acústica do parque. O crime revoltou a população, que aproveitou para reforçar a cobrança por mais atenção a uma das mais antigas áreas de lazer da cidade.

A insegurança no local assusta tanto que mesmo morando em Casa Amarela, Adriana Oliveira, 34 anos, só faz caminhadas no Parque da Jaqueira, a cerca de três quilômetros. “Só venho ao sítio no São João. Hoje parei aqui porque vi policiamento. Fiquei mais tranquila e vim caminhar”, contou a mulher, que saiu correndo ao saber dos estupros. 

O gerente comercial Márcio Nascimento, 35, que realiza atividades físicas no local todas as tardes, observa que a insegurança tem reduzido a movimentação no sítio. “Falta valorizar o espaço. Se houvesse mais atividades de lazer e mais segurança, isso tornaria o lugar mais atrativo”, sugeriu. Segundo ele, na área da concha acústica, onde as estudantes teriam sido violentadas, é comum adolescentes praticarem atos libidinosos, geralmente à noite.

O estupro das adolescentes está sendo investigado pela delegada Thais Galba, titular da Delegacia de Crime contra Criança e o Adolescente (DPCA). Em depoimento, prestado no dia seguinte ao abuso sexual, as vítimas contaram ter sido abordadas por seis homens na saída de uma escola em Casa Amarela, na noite da quinta-feira. Contaram ter sido ameaçadas com um facão e levadas ao Sítio Trindade, onde as duas foram obrigadas a ficarem nuas atrás da concha acústicas. Dois homens do grupo ficaram tocando nas garotas, enquanto os outros quatro vigiavam. 

Após as meninas formalizarem a queixa, na sexta-feira, foram encaminhadas ao Instituto Médico Legal, em Santo Amaro, para perícia sexológica. Na segunda-feira voltaram à delegacia e conseguiram lembrar o suficiente para identificar os suspeitos do crime sexual. Os retratos falados foram feitos no Instituto Tavares Buril e divulgados ontem. Também ontem a Polícia Civil realizou uma reprodução simulada do crime.

PROVIDÊNCIAS

Em nota, a Prefeitura do Recife informou que o policiamento no Sítio Trindade é realizado por por quatro homens da Guarda Municipal durante o dia e quatro à noite e informou estar duplicando as duas rondas diárias, da ação Rondas de Apoio ao Cidadão (Rondac). 

Segundo a prefeitura, ainda em nota, para movimentar o espaço, a Academia da Cidade funciona de segunda a sexta, das 15h às 19h. No local também acontece o programa de Ação Social, uma vez por mês. Não foram divulgadas as próximas atividades de lazer.

A Polícia Militar informou, também em nota, que realiza no bairro de Casa Amarela rondas a pé, com apoio de viaturas e motocicletas. O trabalho é interligado com a Guarda Municipal.

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