Urbanismo

Barracas de lanche são retiradas de rua de Casa Forte

Comerciantes da Rua Oliveira Góes, em Casa Forte, foram transferidos para a Rua Dona Ana Xavier, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife

Da Editoria Cidades
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Publicado em 30/01/2019 às 14:49
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Comerciantes da Rua Oliveira Góes, em Casa Forte, foram transferidos para a Rua Dona Ana Xavier, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Barracas de alimentos e uma borracharia instaladas há mais de 40 anos na calçada do antigo Hospital Gomes Maranhão, na Rua Oliveira Góes, em Casa Forte, na Zona Norte do Recife, foram transferidas pela prefeitura para outros bairros da cidade. Uma parte dos comerciantes está trabalhando em Casa Amarela e o borracheiro migrou para o Monteiro, na mesma região.

A mudança, de acordo com o secretário municipal de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, faz parte de um projeto maior de desobstrução das calçadas do Recife. “Nos últimos cinco anos retiramos mais de 500 barracas dos passeios públicos, sobretudo da frente de escolas, mas sempre dando oportunidade aos comerciantes com recolocações em outras áreas”, declara o secretário.

Empresários que adquiriram o imóvel onde funcionava o hospital custearam a despesa com a remoção das dez barracas e a construção dos equipamentos em Casa Amarela, informa João Braga. “Nós recuperamos a calçada da Rua Oliveira Góes para o pedestre e criamos um pátio de feira e de serviços num terreno da prefeitura, na Rua Dona Ana Xavier, com novas barracas, mesas, cadeiras e área para estacionamento. Um ganho para Casa Forte, a cidade e os comerciantes”, avalia.

Tânia Viega, que tinha uma barraca de refeições, lanches, água de coco e caldo de cana na Rua Oliveira Góes há 19 anos, destaca a boa infraestrutura do pátio da Rua Dona Ana Xavier. “As condições de higiene e a localização são melhores, mas ainda faltam clientes, precisamos fazer novos clientes. Creio que se tiver mais divulgação desse espaço as coisas vão melhorar”, diz ela.

Para a comerciante Gorete Araújo a transferência será positiva. “O movimento ainda está lento, mas em Casa Forte o espaço era muito apertado, passavam carros na rua e a gente não tinha como colocar mesas e cadeiras. Estamos aqui somente há dez dias, os clientes antigos continuam nos procurando e com o tempo os novos também vão chegar”, comenta Gorete Araújo. Ela vendia lanches, bebidas e coco verde na Oliveira Góes há 15 anos.

CIRCULAÇÃO

“A retirada das barracas melhorou a circulação para o pedestre e para o trânsito de veículos, porém esse era um ponto de comércio muito antigo, as barracas passaram de pai para filho. Estive em Casa Amarela e vi que o movimento está bem fraco”, diz o autônomo Estevão Sobral, morador de Casa Forte há 57 anos e frequentador das barracas.

Os motoristas que trabalham no ponto de táxi ao lado do antigo Hospital Gomes Maranhão lamentaram a saída dos comerciantes. “Está fazendo falta, era o nosso apoio para lanches, água e banheiro, algumas barracas tinham sanitário”, afirma o taxista Mário Ribeiro da Silva. “Eles vendiam o café da manhã, o lanche da tarde e a água de coco. E também deixavam a rua mais movimentada, a área está deserta agora”, acrescenta o taxista Marcelo Coelho. “Os barraqueiros nos ajudavam e a gente ajudava eles, atraindo clientes e passageiros”, diz Francisco Gomes da Silva, taxista nessa praça desde 1970.

As barracas foram retiradas de Casa Forte em 20 de janeiro de 2019, após seis meses de negociações entre prefeitura e comerciantes.

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