'EU AMO CASA AMARELA'

Campanha pretende levar mais vida aos espaços públicos de Casa Amarela

Campanha será lançada nesta segunda (29) e é composta por diversas ações. Intuito dos moradores é requalificar espaços públicos subutilizados

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Publicado em 28/04/2019 às 10:52
Foto: Brenda Alcântara/  JC Imagem
Campanha será lançada nesta segunda (29) e é composta por diversas ações. Intuito dos moradores é requalificar espaços públicos subutilizados - FOTO: Foto: Brenda Alcântara/ JC Imagem
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Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, é um dos maiores bairros da capital pernambucana. Com cerca de 30 mil habitantes, segundo censo demográfico do IBGE de 2010, tem até instituto, criado por moradores para garantir cidadania e sustentabilidade para a região. Uma campanha que será lançada nesta segunda-feira (29) pretende integrar ainda mais quem vive lá e garantir que Casa Amarela se torne um bairro verde, sustentável e amoroso. As ações acontecem durante toda a semana e vão do plantio de mudas à venda de camisetas e bonés com o nome do bairro.

A campanha “Eu Amo Casa Amarela” foi criada pelo Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável (Icass) e vai ser dividida em várias ações. Além de aflorar o sentimento de pertencimento, ela foi pensada para transformar moradores em agentes ativos na
construção de um espaço mais democrático e acolhedor.

“Todos falamos muito sobre meio ambiente, mas de uma forma muito distante. O melhor local para se começar a transformação é pelo nosso bairro. Ele é nosso, é de todos. É uma extensão da nossa casa. Queremos um bairro saudável, com
áreas ocupadas de forma sustentável, onde espaços escuros e de lixo dão lugar a hortas, por exemplo”, explica o coordenador do
Icass, Vandson Holanda.

A primeira ação da campanha será o plantio de novas mudas na horta comunitária, a partir das 15h. A Avenida José dos Anjos também receberá mudas de árvores em um trecho no entorno do Canal do Arruda. Estes dois locais são considerados pontos que podem receber interferências benéficas dos moradores e empresa parceiras. Para transformar esses espaços públicos subutilizados em ambientes de uso comum, uma das ideias do Icass é contar com empresa que possam adotar estes pontos e revitalizá-los. Um álbum com fotos e informações das áreas passíveis de adoção está sendo organizado pelo instituto e estará disponível para parceiros interessados. A lista com os locais sugeridos por moradores será lançada na quinta. Quem ajudar, receberá um certificado de empresa amiga de Casa Amarela. Para Vandson Holanda, esse tipo de parceria traz resultados positivos. “Os benefícios da adoção são vários. Primeiro, essas áreas passam a ser habitáveis, por se tornarem muito mais seguras. Tem também a questão da socialização, já que as pessoas passam a utilizar esses equipamentos e, assim, interagem, convivem. Outro fator positivo tem relação com meio ambiente, já que será um espaço sustentável e verde.”

Outro ponto passível de adoção é um terreno na Rua Arnoldo Magalhães. Lá, o grupo já tentou implementar uma horta, mas por falta de adesão dos moradores, o espaço continua sucateado. Para a comerciante Maria José Rodrigues, moradora do bairro há 28 anos, a requalificação da área é sonho antigo. “Seria muito melhor se fosse mais cuidada. Se tivesse uma praça, uma academia, a gente teria uma opção de lazer. Por aqui não tem nada, as crianças brincam na rua. Espaço tem demais, há tempos que a gente pede melhorias”, conta a comerciante, dona de uma barraca de bebidas e lanches no terreno. Apesar de ter clientes certos, há dias em que Maria precisa fechar o estabelecimento mais cedo por causa da insegurança. “É perigoso à noite, fica escuro, tem gente usando droga nos matos.”

A campanha também está sustentada em ações mais práticas e que precisam do engajamento dos moradores para serem executadas. Uma delas é a implementação de uma estação ECOcô. Apesar do nome engraçado, a importância do equipamento é enorme. Espalhadas pelo bairro, as estações disponibilizam sacos plásticos que facilitarão o recolhimento de fezes de animais de estimação que circulem pelas ruas do bairro. O primeiro equipamento será instalado na horta comunitária, na Rua Professor Souto Maior, na sexta-feira. Na quarta, será lançada nas redes sociais a grife Eu Amo Casa Amarela, que terá camisetas, bonés, adesivos e brindes com com o nome da campanha e a imagem de pontos turísticos do bairro.

Horta

A horta, criada em 2015 pelo Icass, mudou completamente a visão de quem passa pela via. O que antes era um terreno repleto de lixo, hoje é quase uma floresta. Cheia de árvores frutíferas e hortaliças, é um modelo que, segundo o Icass, pode ser replicado, proporcionando mais segurança e conforto em outros espaços. Para que isso aconteça, é preciso engajamento dos moradores.

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