Moradores do Edifício Holiday realizaram, neste domingo (5), um evento para arrecadar doações que viabilizarão a execução de reformas na estrutura, interditada judicialmente há cerca de dois meses. A ação, que contou com apresentações de bandas de brega e MCs, além da venda de bebidas, petiscos e camisetas da campanha Salve o Holiday, ocorreu dois dias após a visita de arquitetos e engenheiros voluntários ao local. Os valores arrecadados com as vendas serão revertidos para ajudar a causa.
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“Existe uma série de ações sendo desenvolvidas, como uma vaquinha online, a venda de camisetas, entre outras coisas. Hoje, porém, o maior ganho de virmos para cá é político, pois essas pessoas estão tendo a oportunidade de revisitar esse espaço, de tomar conta do território que é delas. Esse sentimento de pertencimento é super importante”, declarou Carol Vergolino (Psol), integrante do mandato coletivo Juntas na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
O Holiday está completamente desocupado há cerca de dois meses, devido a uma interdição judicial. Na última sexta-feira (3), uma equipe técnica esteve no imóvel para iniciar um projeto de reestruturação e encaminha-lo à Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) e à Justiça. Com 17 andares e 476 apartamentos, aproximadamente 3 mil pessoas chegaram a morar no prédio.
VAQUINHA
Segundo informações dos organizadores da vaquinha virtual criada para arrecadar fundos para os projetos de reestruturação do Holiday, seriam necessários R$ 400 mil para realizar os reparos iniciais que possibilitariam o retorno dos moradores para o prédio. O financiamento coletivo, porém, tenta coletar 1/4 desse montante, mas de acordo com o síndico do edifício, o grupo ainda está longe de alcançar o objetivo.
“A vaquinha deu uma estacionada, mas creio que a partir da data de hoje (ontem), como a gente vai criar vários eventos, pode ser que ela bombe”, disse Rufino Neto. Até as 19h deste domingo, a vaquinha havia arrecadado apenas R$ 4.325.
Morador do Holiday há 43 anos, o açougueiro Raimundo Inácio de Souza, de 74 anos, fez questão de participar do evento. “Disseram que nós tínhamos que sair daqui e a única coisa que nos deram foi um caminhão para levar nossa mudança. Nós não invadimos esse prédio. Eu tenho a escritura do meu apartamento e fui obrigado a sair do que é meu. Tenho esperança de um dia poder voltar para lá”, afirmou.