Transporte

Linha Centro do metrô do Recife não terá mais operação parcial e só deve voltar na quinta

A Superintendência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Recife desistiu de tentar retomar as viagens, mesmo com o intervalo entre os trens duplicado, porque o problema atingiu peças que permitiriam a operação parcial

Roberta Soares
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Roberta Soares
Publicado em 15/07/2019 às 18:49
Foto: Léo Motta/JC Imagem
A Superintendência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Recife desistiu de tentar retomar as viagens, mesmo com o intervalo entre os trens duplicado, porque o problema atingiu peças que permitiriam a operação parcial - FOTO: Foto: Léo Motta/JC Imagem
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A Linha Centro do metrô do Recife, que conecta Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe, na Região Metropolitana, à capital, não terá mais operação parcial para tentar minimizar os transtornos provocados pelo rompimento da rede aérea do sistema, ocorrido nas primeiras horas do domingo (14), e que tem afetado 260 mil passageiros. A Superintendência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Recife desistiu de tentar retomar as viagens, mesmo com o intervalo entre os trens duplicado, porque o problema atingiu peças que permitiriam a operação parcial. A previsão é de que o sistema só volte ao normal na quinta-feira (18), provavelmente no fim do dia. Ou, no máximo, na sexta-feira (19).

O problema atual no metrô do Recife, é importante ressaltar, tem relação direta com a falta sistemática de investimentos no sistema pernambucano

Na manhã desta segunda-feira (15), o superintendente do metrô do Recife, Leonardo Villar Beltrão, chegou a afirmar que a operação completa da Linha Centro seria possível apenas na sexta-feira (18), adiando em um dia a previsão inicial, que era na quinta-feira. Alegou que as chuvas do domingo dificultaram os trabalhos de recuperação da rede aérea do sistema, atrasando o cronograma estimado. Mas horas depois, no fim do dia, a previsão inicial voltou a valer. “Os técnicos têm trabalhado continuadamente desde as primeiras horas do domingo para tentar retomar a operação. Queríamos garantir pelo menos a parcial, com o que chamamos de via singela (com uma única via, o que significa que apenas um trem passa por vez), mas não será possível. O rompimento do cabo no interior do conector da rede aérea afetou também as peças que permitem os trens migrarem para uma via singela. O tempo de espera entre os trens seria muito alto para a demanda de passageiros que temos. Não compensa”, explicou Beltrão.

A paralisação da Linha Centro aconteceu devido ao rompimento de um cabo que fica no interior de um conector da rede aérea, o que provocou o rebaixamento da rede, impossibilitando a operação. O problema aconteceu durante a viagem de inspeção para a liberação da via para iniciar a operação do domingo. Quando o trem de inspeção passou, o cabo rompeu e provocou danos em um quilômetro de cabos do sistema que alimenta os trens, gerando a interrupção da circulação.

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SEM INVESTIMENTOS

O problema, é importante ressaltar, tem relação direta com a falta de investimentos no metrô do Recife. Segundo Leonardo Villar Beltrão, apesar de o rompimento do cabo ter sido interno, dentro de um conector, se as manutenções e vistorias fossem feitas com frequência – como deveria ser –, talvez o desgaste do equipamento fosse percebido de alguma forma. “Para se ter ideia da situação, há dois anos estamos com os principais equipamentos usados na vistoria e inspeção da rede aérea paralisados por falta de manutenção. São veículos especiais usados para circular na linha e verificar os problemas. Estamos brigando pelos recursos de custeio, ou seja, para garantir apenas a operação básica. E, mesmo assim, sob ameaça de reduzir o funcionamento a partir de agosto”, disse o superintendente.

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