ATIVIDADE SUSPENSA

Procon interdita pista de kart em supermercado na Torre

O local estava funcionando com licença provisória vencida em 2017. Interdição acontece após escalpelamento de jovem em uma pista de kart em Boa Viagem

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Publicado em 13/08/2019 às 19:24
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O local estava funcionando com licença provisória vencida em 2017. Interdição acontece após escalpelamento de jovem em uma pista de kart em Boa Viagem - FOTO: Reprodução/TV Jornal
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A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PE) interditou, nesta terça-feira (13), um kartódromo que estava funcionando com licença provisória vencida desde 2017 no estacionamento do Carrefour da Torre, Zona Oeste do Recife. Medida ocorre após uma jovem ter sofrido escalpelamento durante acidente em uma pista de kart em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no domingo (11).

De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, que participou da ação, a licença provisória estava vencida desde novembro de 2017. 

“Viemos a partir do que aconteceu no outro kartódromo, vimos a necessidade de fiscalizar esse também. Aqui chegando, a empresa que administra nos informou que tinha uma licença provisória. Essa licença está vencida desde novembro de 2017, ou seja, quase dois anos sem licença de funcionamento. Consequentemente, é um caso de interdição porque coloca em risco a vida de pessoas, especialmente crianças. Quando chegamos, infelizmente, havia crianças que queriam brincar no equipamento e nós não podemos tolerar esse tipo de prática”, explicou.

Para reabrir o local, a empresa terá que regularizar a documentação. 

Escalpelamento em pista de kart 

O acidente que escalpelou a auxiliar de ensino infantil Débora Stefany Dantas Oliveira, 19 anos, ocorreu no domingo (11), na pista de kart Adrenalina, que funcionava há um mês no supermercado Walmart de Boa Viagem. O local foi interditado e não retomará as atividades.

Débora e o companheiro pagaram R$ 50, cada, por 22 voltas. A tragédia aconteceu quando ela estava na segunda volta. De acordo com relatos ao Procon, funcionários teriam ficado desesperados na hora e não teriam prestado socorro à vítima. Após 30 minutos de espera por atendimento, ela foi levada pelo namorado ao Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife. 

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“Ela não teve nenhum tipo de assistência, eles foram totalmente omissos. Não havia bombeiro civil, militar ou alguém que pudesse fazer esse acolhimento. Também não havia viatura para levá-la a um hospital”, denunciou Douglas Nascimento, tio de Débora, em entrevista à TV Jornal.

Quem recebeu a notificação do Procon ontem foi o empresário Wanderlei Dreyer, pai do dono do Adrenalina. Ele classificou o episódio como “fatalidade”. “Foi um acidente. É o primeiro caso desde que atuamos na área, há 20 anos”, alegou. Dreyer contou que o filho não apareceu por estar muito abalado. A família, disse, já planejava fechar o empreendimento porque não estaria dando o lucro esperado. 

O Procon alegou que, como a pista funcionava em terreno alugado ao Walmart, a responsabilidade pelo que acontece no local é compartilhada pelas duas empresas. Em nota, o Walmart informou que vai prestar assistência à vítima e está à disposição das autoridades. “As atividades seguem suspensas até que as causas do acidente sejam esclarecidas. A prioridade número um do Walmart é a saúde e segurança de seus funcionários e clientes.”

Estado de saúde

No fim da tarde desta terça-feira (13), o HR informou que o estado de saúde de Débora é considerado estável. Ela passou por uma cirurgia nesta terça para realizar a reconstrução do couro cabeludo, que, segundo o médico responsável pelo procedimento, Jonathan Vidal, foi arrancado 100%.

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