Reconhecimento

#UmaPorUma é finalista de prêmio nacional de jornalismo de dados

Especial multimídia concorre na categoria “Investigação guiada por dados”, com outros dois trabalhos produzidos pelo jornal O Globo e o site G1

JC Online
Cadastrado por
JC Online
Publicado em 22/11/2019 às 10:22
Foto: JC Imagem
Especial multimídia concorre na categoria “Investigação guiada por dados”, com outros dois trabalhos produzidos pelo jornal O Globo e o site G1 - FOTO: Foto: JC Imagem
Leitura:

O projeto #UmaPorUma (umaporuma.com.br), desenvolvido pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC), é um dos finalistas do Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, promovido pela Open Knowledge Brasil e pela Escola de Dados. O especial multimídia concorre na categoria “Investigação guiada por dados”, com outros dois trabalhos produzidos pelo jornal O Globo e o site G1. Os vencedores serão anunciados amanhã à noite, em São Paulo, durante a Conferência Brasileira de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais (Coda.Br), o mais importante evento de jornalismo de dados do País.

O Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados é o primeiro da área no Brasil. Homenageando o jornalista Cláudio Weber Abramo, um dos pioneiros no jornalismo de dados e transparência pública no País, a iniciativa é inédita e foi criada para incentivar a excelência no uso de dados por jornalistas para questionar, analisar e investigar as questões que afetam a sociedade brasileira. O prêmio contempla outras três categorias: “Inovação”, “Visualização de dados” e “Dados abertos”. Apenas dois veículos de comunicação do Nordeste estão entre os doze finalistas. Além do SJCC, o Diário do Nordeste, de Fortaleza, concorre na categoria “Dados abertos”.

O #UmaPorUma pôs luz sobre as histórias de todas as mulheres assassinadas em Pernambuco durante o ano de 2018. Coordenado por Julliana de Melo e Ciara Carvalho, o projeto teve a participação de outras 29 jornalistas mulheres do SJCC. O coletivo contabilizou 241 mulheres assassinadas no ano passado, sendo 83 vítimas de feminicídio. Durante um ano de monitoramento e publicações, o projeto ajudou a pressionar as autoridades de Pernambuco a identificar com mais precisão o crime de gênero.

Além de mergulhar em cada uma das histórias, a preocupação da equipe era produzir um banco de dados próprio, com informações detalhadas de vítimas, agressores e circunstâncias do crime. “Trabalhar com dados, além de gerar uma responsabilidade ainda maior com a coleta e armazenamento das informações, proporcionou várias leituras e reflexões sobre o tema. Criamos um banco de dados inédito, com mais de 80 questões, o que contribuiu sobremaneira com a análise mais atual e exata sobre a violência contra a mulher em Pernambuco”, destaca Julliana de Melo. Segundo ela, as informações em profundidade sobre os crimes, vítimas e agressores também podem auxiliar o Estado na criação de políticas públicas mais eficazes contra os feminicídios.

MONITORAMENTO

Para a jornalista Ciara Carvalho, tão importante quanto o minucioso mapeamento feito pelo projeto é o compromisso da equipe de acompanhar a investigação policial e o processo judicial até que o julgamento de todos os acusados seja concluído. “Em respeito à memória de cada uma dessas mulheres, faremos atualizações periódicas de cada um dos casos. Até que todos tenham sido julgados”, ressaltou Ciara. Ao final de um ano de monitoramento, o projeto revelou, em fevereiro deste ano, o tamanho da impunidade que marca os crimes contra a mulher. Apenas quatro assassinatos (dos 241) haviam sido julgados. A equipe está preparando uma nova atualização que deverá ser divulgada até o final deste ano.

A contribuição do #UmaPorUma para o combate à violência contra a mulher já foi reconhecida em prêmios nacionais, como a 40ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, o principal do País na área, e o 24º Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo, além do 7º Prêmio Amaerj Patrícia Acioli de Direitos Humanos e o 7º Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal.

Últimas notícias