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Saiba como se proteger do sol na praia no verão

Os riscos da exposição ao sol vão desde queimaduras de segundo grau, com formação de bolhas, a diferentes tipos de câncer. Veja as recomendações de especialistas

Maria Lígia Barros
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Maria Lígia Barros
Publicado em 21/01/2020 às 20:15
Foto: JC Imagem/ Leo Motta
Os riscos da exposição ao sol vão desde queimaduras de segundo grau, com formação de bolhas, a diferentes tipos de câncer. Veja as recomendações de especialistas - FOTO: Foto: JC Imagem/ Leo Motta
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O Verão pede praia, mas é preciso ter cuidado com a exposição ao sol. A maior incidência de raios solares, típica da estação, também oferece riscos à saúde. As ameaças vão desde queimaduras de segundo grau, com formação de bolhas, a diferentes tipos de câncer. Ainda existem os efeitos estéticos, como o desenvolvimento de manchas e o envelhecimento precoce da pele. 

É possível, no entanto, minimizar os impactos. Especialistas têm recomendações a quem pretende aproveitar o mar neste fim de janeiro:

Protetor solar

O melhor aliado da pele ainda é o filtro solar. O auditor Leonardo Moura, de 44 anos, nem sempre teve esse cuidado, mas, depois que teve filhos, a prioridade mudou. "Com o passar do tempo e com as crianças, você vai tendo a preocupação de estar sempre passando o protetor e acaba se cuidando mais", revela. Junto com a esposa, Leonardo levou as filhas e uma amiga à praia de Boa Viagem nesta terça-feira (21). "Todas com protetor solar, e a gente fica repondo."

A dermatologista Cláudia Magalhães chama atenção para o Fator de Proteção Solar (FPS) do produto, que, no caso do casal, era o 60. A medida afere o índice de proteção contra os raios ultravioletas B (UVB). “Quanto maior FPS, maior a eficácia”, afirma. “Infelizmente os protetores ainda são produtos caros, mas se puder colocar um 50, é melhor que o de 30. Se puder colocar de 70, é ainda melhor.”

Outro detalhe para atentar, e que muitas vezes passa batido, é o PPD (da sigla inglesa Persistent Pigmented Darkening). “O FPS indica o quanto você está protegido contra UVB. O PPD é a proteção contra raios ultravioletas A (UVA)”, diz.

Os tipos de radiação tem características e efeitos diferentes. O UVB está fortemente presente na luz nos horários de sol forte, e, por isso, bronzeia mais rápido. Ao mesmo tempo, produz queimaduras maiores, mais chance de mancha, e oferece um risco maior de tumores de pele. “Carcinoma base celular ou espinocelular, cânceres que agridem a pele e não dão metástase”, explica. 

Já a luz mais fraca, do início da manhã e fim de tarde, é rica em UVA. O bronzeamento é mais lento, mas ela promove maior envelhecimento da pele e maior risco do melanoma. “É o câncer mais agressivo. Se não for tratado a tempo, pode ter metástase.”

Recém-chegada ao Recife, a assistente administrativa Fabiane de Bona, 40, aposta no produto para evitar queimaduras na praia. "Eu me lembro que quando eu era pequena não existia protetor solar, pelo menos no Rio Grande do Sul. Eu vivia de camiseta na praia porque no primeiro dia já estava toda vermelha. Por isso hoje eu estou sempre repassando o protetor." 

Se o filtro solar é o mais indicado pela dermatologista, os aceleradores de bronzeamento, por sua vez, são desaconselhados. “Eles fazem com que a pele sofra mais dano, na superfície, no colágeno. É até melhor ir para o sol sem proteção do que com os aceleradores”, disse. 

Uma alternativa que a médica recomenda são os autobronzeadores. “É usada uma substância que produz o aspecto de bronzeamento, um falso bronze. Ele é saudável porque não vem com o sol”, orienta. 

Roupas

Item que se popularizou nos últimos anos, a camisa UV oferece boa defesa contra os raios solares. “Nada tem proteção 100%, mas é uma proteção muito significativa”, comenta Cláudia. A dica da especialista é evitar a cor branca. “As roupas mais escura protegem mais.” Inclusive, para quem não quer se bronzear, aconselha-se a usar o filtro solar mesmo por baixo da peça.

Os chapéus UV também podem ser bons substitutos aos chapéus de praia convencionais. “São muito mais eficazes na proteção do rosto e pescoço.”

Sombra

Apesar de oferecer alguma proteção - leve a moderada -, os guarda-sóis não dispensam o uso do protetor solar. Além da luz que passa pela lona, seu reflexo sobre a areia, o chamado mormaço, também atinge a pele. “Você vai sim se queimar e se bronzear”,pontua. 

Essa deve ser uma proteção a mais. “É um  complemento, como o chapéu, os óculos escuros, para maior proteção solar: protetor solar

Óculos

A exposição à radiação ultravioleta também causa danos oculares. “Na superfície externa, como na indução precoce de uma catarata, ou de doenças na retina, como a degeneração macular”, informa o oftalmologista Ermano Melo, da Oftalmax.

Para preservar a visão, vale usar os óculos escuros, que bloqueiam os raios. “Mas tem óculos falsificados que não têm essa proteção”, orienta.  Mais que ineficazes, os artefatos prejudicam a visão. “Como é uma lente escura, a pupila fica mais aberta do que se não estivesse de óculos. Com isso, termina entrando mais luz”, revela.

O problema vai além. “Elas também causam muitas distorções óticas. Tem um efeito prismático. Se usar muito tempo, vai causar dor de cabeça, um mau estar. Para saber se há uma proteção, tem que comprar os óculos em uma ótica boa.”

Depois que descobriu isso, a banhista Marta Silva, 48, passou a investir em lentes melhores. “Antes de ter esclarecimento eu já comprei esses óculos na praia. Mas a gente vai adquirindo conhecimento e sabe que essas lentes não tem nenhuma espécie de tratamento. Quando ela é UV ou polarizada quebra o efeito dos raios e não prejudica as córneas”, contou. 

Hidratação

Outro cuidado que Marta toma é em manter-se hidratada. “Muita água”, enfatiza. A prática é encorajada pela  nutricionista funcional e esportiva Graça Albuquerque. “E água sem gás, que atrapalha a digestão”, cita.

“Outra dica legal é comer muita fruta. Melão, melancia, abacaxi, que são frutas com teor de água maior, e água de côco”.

A nutricionista também alerta: atenção para a higiene dos alimentos que se compra no passeio, sobretudo com caldinhos e sururu - cuja fermentação favorece o desenvolvimento de infecções intestinais. 

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