Marcela Guimarães da Motta Silveira, mais conhecida como Marcelinha, de 7 anos, parte nesta terça-feira (28) para a Espanha, em mais uma fase do seu tratamento, dessa vez com células-tronco e hormônio do crescimento. A menina foi, junto ao seu pai, Miguel, uma das sobreviventes do acidente no bairro da Tamarineira, no Recife, que tirou a vida da mãe Maria Emília Guimarães, 39, do irmão Miguel Neto, 3, e da babá Roseane Maria de Brito, 23, grávida de três meses, em novembro de 2017.
Miguel Motta conta que passará pelas cidades de Lisboa e Fátima, em Portugal, e chegará em Teo, na Espanha, no sábado (1º), onde Marcela fará consultas e tratamento de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional na Fundación Foltra. No acidente, a criança sofreu traumatismo craniano e precisou ser submetida a vários procedimentos cirúrgicos, e só obteve alta hospitalar em janeiro de 2018, quando prosseguiu com os cuidados em casa.
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As intervenções médicas serão realizadas sob supervisão e orientação do neurologista Jesús Devessa, que também irá avaliar a possibilidade de aplicações de hormônios do crescimento visando acelerar a reprodução das células nervosas, o que levaria a uma recuperação mais rápida e eficaz.
O método, no entanto, ainda não é protocolado pela medicina, mas Miguel transparece confiança no neurologista que, de acordo com ele, já possui mais de 30 anos de experiência com esse tipo de reabilitação cerebral e neurológica. “Estamos apostando”, disse o advogado.
A família ainda não tem data de retorno para o Recife. Miguel confirma que na cidade pernambucana encontra profissionais qualificados que possuem “tudo para um excelente desempenho”, por isso, ainda irá avaliar quanto tempo deve passar Espanha. No entanto, o pai espera estar de volta à casa no mês de maio, quando Marcelinha será dama de honra do casamento da sobrinha de Miguel, e não descarta a possibilidade do retorno à Espanha após a festa.
Acidente
Na noite de 26 de novembro de 2017, o carro em que a família estava foi atingido no cruzamento da Estrada do Arraial com a Rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, por um outro veículo, em alta velocidade. O condutor, alcoolizado, acabou matando três pessoas, entre elas a esposa e o filho mais novo de Miguel. O advogado e a filha mais velha foram os únicos sobreviventes.
A menina teve traumatismo craniano e precisou ser submetida a vários procedimentos cirúrgicos. A alta hospitalar foi dada em janeiro de 2018, mas os cuidados foram mantidos em regime homecare. Marcelinha ficou sem a calota craniana até março do ano passado e, em maio daquele ano, teve hidrocefalia e precisou colocar uma válvula na cabeça. O organismo teve rejeição e ela necessitou passar por outros dois procedimentos semelhantes. Somente na terceira válvula, o organismo aceitou.