RECUPERAÇÃO

Marcelinha viaja à Europa para realizar tratamento inédito

Mais de dois anos após o acidente que tirou a vida de parte da família, pai e filha partem para uma nova jornada em busca da recuperação da menina

Betânia Santana e Katarina Moraes
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Betânia Santana e Katarina Moraes
Publicado em 28/01/2020 às 10:03
Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Marcela Guimarães da Motta Silveira, mais conhecida como Marcelinha, de 7 anos, parte nesta terça-feira (28) para a Espanha, em mais uma fase do seu tratamento, dessa vez com células-tronco e hormônio do crescimento. A menina foi, junto ao seu pai, Miguel, uma das sobreviventes do acidente no bairro da Tamarineira, no Recife, que tirou a vida da mãe Maria Emília Guimarães, 39, do irmão Miguel Neto, 3, e da babá Roseane Maria de Brito, 23, grávida de três meses, em novembro de 2017.

Miguel Motta conta que passará pelas cidades de Lisboa e Fátima, em Portugal, e chegará em Teo, na Espanha, no sábado (1º), onde Marcela fará consultas e tratamento de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional na Fundación Foltra. No acidente, a criança sofreu traumatismo craniano e precisou ser submetida a vários procedimentos cirúrgicos, e só obteve alta hospitalar em janeiro de 2018, quando prosseguiu com os cuidados em casa.

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As intervenções médicas serão realizadas sob supervisão e orientação do neurologista Jesús Devessa, que também irá avaliar a possibilidade de aplicações de hormônios do crescimento visando acelerar a reprodução das células nervosas, o que levaria a uma recuperação mais rápida e eficaz.

O método, no entanto, ainda não é protocolado pela medicina, mas Miguel transparece confiança no neurologista que, de acordo com ele, já possui mais de 30 anos de experiência com esse tipo de reabilitação cerebral e neurológica. “Estamos apostando”, disse o advogado.

A família ainda não tem data de retorno para o Recife. Miguel confirma que na cidade pernambucana encontra profissionais qualificados que possuem “tudo para um excelente desempenho”, por isso, ainda irá avaliar quanto tempo deve passar Espanha. No entanto, o pai espera estar de volta à casa no mês de maio, quando Marcelinha será dama de honra do casamento da sobrinha de Miguel, e não descarta a possibilidade do retorno à Espanha após a festa.

Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
Pai e filha foram os únicos sobreviventes do acidente que interrompeu três vidas em 2017 - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Quando Marcelinha chegou ao hospital, com uma grave lesão craniana, as expectativas não eram boas - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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O caminho de recuperação é cravado de conquistas - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Em junho, ela voltou a frequentar a escola 3 vezes por semana. Em agosto, passou a ir todos os dias - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Marcelinha já participou da formatura do ABC com sua turma da escola - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem

Acidente

Na noite de 26 de novembro de 2017, o carro em que a família estava foi atingido no cruzamento da Estrada do Arraial com a Rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, por um outro veículo, em alta velocidade. O condutor, alcoolizado, acabou matando três pessoas, entre elas a esposa e o filho mais novo de Miguel. O advogado e a filha mais velha foram os únicos sobreviventes. 

A menina teve traumatismo craniano e precisou ser submetida a vários procedimentos cirúrgicos. A alta hospitalar foi dada em janeiro de 2018, mas os cuidados foram mantidos em regime homecare. Marcelinha ficou sem a calota craniana até março do ano passado e, em maio daquele ano, teve hidrocefalia e precisou colocar uma válvula na cabeça. O organismo teve rejeição e ela necessitou passar por outros dois procedimentos semelhantes. Somente na terceira válvula, o organismo aceitou.

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