FOLIA 2019

Eu Acho é Pouco, Mangue Beat, Ceroula e outros blocos fazem a farra em Olinda neste sábado

No primeiro dia oficial do Carnaval, foliões se esbaldaram em blocos que percorreram o Sítio Histórico de Olinda

Da editoria de Cidades
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Publicado em 02/03/2019 às 21:00
Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem
No primeiro dia oficial do Carnaval, foliões se esbaldaram em blocos que percorreram o Sítio Histórico de Olinda - FOTO: Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem
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Pra brincar o autêntico Carnaval em Pernambuco é importante orquestra, uma batucada, um tanto de instrumentos musicais ou qualquer coisa que faça ruído. Em Olinda, que tem tradição de oferecer uma das festas mais democráticas e criativas do Brasil, conta também acompanhar um bloco, troça ou agremiação. Neste sábado, ladeiras, ruas e becos do Sítio Histórico foram tomados por foliões inebriados pela alegria coletiva do início oficial do Reinado de Momo. Para eles, não faltaram estandartes, frevo e animação no Eu Acho é Pouco, Mangue Beat, Trinca de Ás, Ceroula, Homem da Meia Noite e dezenas de outros blocos que desfilaram no Sábado de Zé Pereira.

O dragão vermelho e amarelo colocou seus fiéis seguidores para acordar mais cedo. Em vez de desfilar à tarde, o Eu Acho é Pouco saiu de manhã. “Não gostei porque estava muito lotado. Quando era à tarde não ficava tão cheio”, afirmou a pedagoga Synara Pimentel, 37 anos. “Foi ótimo, deu para curtir o Eu Acho é Pouco e ainda acompanhar Ceroula no fim da tarde. Antes não dava porque o horário dos dois coincidia”, comemorou o estudante André Luís Silva, 20.

A lama que remete ao caranguejo, um dos símbolos do movimento Manguebeat, na década de 90, foi a diversão para quem esteve no Mosteiro de São Bento. De lá partiu o Bloco Mangue Beat. “Pra mim é o melhor do sábado. Acho massa a homenagem que fazem a Chico Science”, afirmou o estudante Guilherme Santos, 23. Ele entrou no clima e estava, claro, todo sujo de argila.

Para o casal Juliana e Paulo Valença, a diversão foi se revezar entre os Quatro Cantos e o Largo do Amparo. “Em vez de seguir uma agremiação, preferimos ficar parados e ver os blocos passarem. Nos últimos três carnavais optamos por viajar. Neste, decidimos voltar a brincar e está sendo bem legal”, disse Juliana. A pequena Raíssa Walter, 6, sobrinha deles, aproveitou a cacunda do tio para assistir aos desfiles de camarote. “Gosto de jogar água nas pessoas”, contou Raíssa, fantasiada de sereia.

No palco do Polo Carmo, um dos sete montados pela prefeitura, a festa começou à tarde com a Família Salu. “Planejei seguir o Eu Acho é Pouco, mas demorei a sair de casa. Uma boa surpresa foi ter visto o show da Família Salu”, comentou a professora de artes Luzenira Silva, 45. Hoje ela pretende seguir o Bloco Enquanto Isso na Sala de Justiça.

HOMENAGEM

No final da tarde, a orquestra do maestro Oséas conduziu mais um desfile do Ceroula. Aos 57 anos, a troça lotou o Carmo. Na hora da saída, como era de se esperar, o hino da agremiação foi cantado a plenos pulmões pelos brincantes. “Eu vou esse ano pra lua, não é privilégio, foguete já tem...Eu quero ver se tem troça que escolha, como em Olinda que tem a Ceroula, pois para mim já seria legal, passarei lá na lua todo o Carnaval...”

Foi o primeiro desfile sem Antônio Aurélio Sales, o Cabela, um dos fundadores, falecido em dezembro passado aos 79 anos, e um dos homenageados do Carnaval de Olinda. “Onde ele estiver tenho certeza de que está muito feliz. Estou muito emocionado”, ressaltou um dos filhos de Cabela e atual presidente de Ceroula, Marcos Sales, 42. “Cabela é muito merecedor dessa homenagem. Acompanho Ceroula desde a fundação”, afirmou o comerciante Eduardo Luiz, o Duda, 69, da velha guarda do bloco.

“O melhor da folia em Olinda é o calor humano. É uma mistura de pobre, rico, branco, preto, com fantasia ou sem. Não há diferença, no Carnaval todos são iguais”, observou o empresário Anderson Rodrigues, 34, que brincou nos blocos Sem Lenço, sem direção e no Ceroula. Como a festa só acaba terça-feira, ele planeja, neste domingo, seguir o arrastão do D’Breck.

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