Bahia

Homem da Meia-Noite sai de Olinda pela primeira vez e leva frevo para Salvador

O calunga levou para os baianos o encanto da cultura pernambucana e fez o Circuito Barra - Ondina frevar nesta segunda-feira (24)

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 24/02/2020 às 20:44
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Num ato de reverência aos 70 anos do trio elétrico, o Homem da Meia-Noite saiu pela primeira vez de Olinda durante o Carnaval para fazer história. À frente do trio de Armandinho, Dodô e Osmar, o calunga levou para os baianos o encanto da cultura pernambucana e fez o Circuito Barra - Ondina frevar nesta segunda-feira (24).

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Nas palavras do presidente do Homem da Meia Noite, Luiz Adolpho, levar o calunga para a Bahia foi a representação máxima do poder exponencial da cultura pernambucana.

"O Homem da Meia Noite representa Pernambuco e estamos levando para o resto do País a nossa cultura. Esse encontro com o trio elétrico é histórico, porque mesmo sendo um símbolo da Bahia, a participação do nosso Estado nessa história", conta.
Comemorando este ano 88 anos, o calunga demonstrou vigor na avenida. Diferente do desfile em Olinda, quando o tema foi Chover. Nas costas do calunga estava estampado "70 anos de trio elétrico". Difícil mesmo foi avançar em meio ao povo.

Literalmente, assim como nos desfiles nas estreitas ruas de Olinda, o Homem da Meia Noite esteve rodeado por seguranças.
De 1950 até 2020, Dodô e Osmar nem sonhavam que um carro antigo com alto falantes (A Fobica) ia se tornar o que hoje se vê circular com características futurísticas nas ruas de Salvador durante a folia.

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"Fizemos estudos sobre a cultura brasileira, e estamos buscando a valorização desses elementos locais. Encontramos essa coisa linda que era os 70 anos do trio elétrico e o fato da inspiração de Dodô e Osmar ter sido o Carnaval de Olinda. Conversamos com o presidente do Homem da Meia Noite e ele nos disse que nunca tinha saído de Pernambuco, então era o momento", diz o gerente de marketing da Devassa, Gabriel D'Angelo Braz.

Este foi o primeiro ano que a Devassa patrocinou o desfile do Homem da Meia Noite em Olinda, levando inclusive o Calunga para Salvador.

Troca simbólica 

Adilson Correia, representante da diretoria do Homem da Meia-Noite fez uma troca simbólica do calunguinha com a guitarra baiana do cantor Armandinho.

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o Homem da Meia-Noite saiu pela primeira vez de Olinda - @magalimoraesfotografia/divulgação
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Fazendo história, o calunga desfilou pela primeira vez em Salvador, na Bahia - @magalimoraesfotografia/divulgação
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À frente do trio de Armandinho, Dodô e Osmar, ele levou o encanto da cultura pernambucana - @magalimoraesfotografia/divulgação
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Calunga fez o Circuito Barra - Ondina frevar nesta segunda-feira (24) - @magalimoraesfotografia/divulgação
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Calunguinha foi trocado simbolicamente com a guitarra baiana do cantor Armandinho - @magalimoraesfotografia/divulgação

Homem da Meia-Noite desfilou por Olinda com referências a Bacurau e óleo no Nordeste

Celebrando 88 anos em 2020, o Homem da Meia-Noite mostrou que é realmente uma majestade do Carnaval de Olinda. Neste domingo, 23 de fevereiro, exatamente à meia-noite, o calunga saiu de sua sede, no Bonsucesso, para ser reverenciado por uma multidão que aguardava ansiosa pelo seu desfile.

Neste ano, o bloco busca refletir sobre a preservação da água através do tema "Chover" inspirado na música de mesmo nome do grupo Cordel do Fogo Encantado, que é um dos homenageados pelo Calunga junto com o compositor Rogério Rangel e o Maestro Oséas.

Já no quesito figurino, as referências não foram poucas, desde um arco-íris nas costas com o seguinte dizer: 'lute como uma praia do Nordeste', em referência ao óleo que atingiu o litoral nordestino, passando por uma floresta de cactos e seca, até chegar na Asa Branca, que estava em seu ombro, relembrando a música do rei do baião, Luiz Gonzaga. O filme Bacurau também foi referenciado pelo calunga em uma placa semelhante a do filme que estava na parte de trás do paletó.

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