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Camburão da Alegria desfila em Olinda contra o feminicídio e prolonga Carnaval 2020

Nesta edição, o bloco leva o tema ‘Não ao feminicídio - quem ama cuida’

JC Online
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Publicado em 01/03/2020 às 13:53
Foto Marília Banholzer/JC
FOTO: Foto Marília Banholzer/JC
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No último fôlego de Carnaval, o bloco de policiais e bombeiros militares Camburão da Alegria desfilou neste domingo (1º), na Av. Getúlio Vargas, em Olinda. A agremiação comemora 28 anos desde a fundação, completos em janeiro. Nos últimos quatro, mudou-se de Recife para a cidade-irmã.

Nesta edição, o cortejo leva o tema ‘Não ao feminicídio - quem ama cuida’. Para o presidente do bloco, Jair Ferreira, os militares têm que se engajar nessa campanha em que a sociedade civil está envolvida.

“O bloco veio pra rua com essa razão, de clamar à população. Clamar àqueles maridos que pensam que é dono da mulher. Ele não é dono, ela não é nenhum objeto dele. Por isso o bloco veio, para pedir paz, acabar com essa matança desenfreada das mulheres”, defendeu.

Homenagem

Entre os homenageados deste ano, oito são mulheres e seis, jornalistas. É o caso de Isa Maria, repórter da TV Jornal. ““Foi uma surpresa e uma honra muito grande. É um bloco tradicional, já desfila há 14 anos e traz um tema muito importante e relevante, que a gente precisa falar sempre”. É a primeira vez que a jornalista é agraciada por um bloco de Carnaval e disse estar orgulhosa. “Feliz com o reconhecimento, de estar ao lado de pessoas especiais como os demais homenageados e orgulhosa de poder dar voz a essa luta contra a violência de gênero”, disse Isa.

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Bianka Carvalho, Priscila Assis, Isa Maria e Eliane Victório, quatro das homenageadas do Camburão - Foto Marília Banholzer/JC
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Bloco Camburão da Alegria desfila pela Avenida Getulio Vargas, em Olinda - Foto Marília Banholzer/JC
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Estandarte do Camburão da Alegria - Foto Marília Banholzer/JC
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Fantasias não faltam no Camburão da Alegria - Foto Marília Banholzer/JC
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Camburão da Alegria é tradicionalmente o bloco dos policiais - Foto Marília Banholzer/JC
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Bloco Camburão da Alegria desfila pela Avenida Getulio Vargas, em Olinda - Foto Marília Banholzer/JC
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Fantasias não faltam no Camburão da Alegria - Foto Marília Banholzer/JC

Também foram agraciadas a vice-governadora do Estado, Luciana Santos; a deputada estadual Gleide Angelo; a secretária da Mulher de Pernambuco, Silvia Cordeiro; e as jornalistas Bianka Carvalho, Meiry Lanunce, Eliana Victório, Isa Maria e Priscila Assis. O único homem agraciado foi o coronel José Lopes de Souza.

A secretária de Mulher de Pernambuco, Silvia Cordeiro, disse que a luta pelo respeito à mulher tem dado resultados e a escolha do Camburão da Alegria por esse tema é uma afirmação para o movimento. “Tivemos um Carnaval com menos ocorrência de importunação contra as mulheres. Não é para haver nenhum caso, mas já é uma evolução. As mulheres estão se protegendo, o homem está ciente das punições e a sociedade está mais intolerante aos crimes contra as mulheres”, observou.

Foliões

A tradição do bloco é tamanha que tem quem não abra mão da festa. É o caso dos foliões Nádia da Conceição, 48 anos, e Giovani da Silva, 58 anos. O casal não perde o Camburão da Alegria há pelo menos seis anos. “Eu sou policial reformado, então sempre dava um jeito de participar, nem que fosse trocando as escalas”, disse Giovani. “Depois do Galo a gente viajou para curtir o Carnaval no interior, voltamos para brincar o Camburão”, lembrou Nádia.

O Camburão da Alegria foi criado há 28 anos como opção de folia para os policiais que trabalharam durante os dias oficiais do Carnaval garantindo a segurança do folião. Há quatro anos o bloco deixou de desfilar no Recife e se mudou para Olinda. O desfile teve 2,5 km de distância na Avenida Getúlio Vargas, uma das principais da cidade, e acabou por volta das 16h.

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