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Sobram desrespeito e imprudência após retirada de passarela da BR-101

Em primeiro dia sem a passarela que ligava o Hospital das Clínicas ao antigo prédio da Sudene, sobraram flagrantes de desrespeito

Thiago Cabral
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Thiago Cabral
Publicado em 05/06/2018 às 8:15
Foto: Felipe Jordão/JC Imagem
A interdição será feita para permitir o serviço de fundação do pilar central da nova passarela - FOTO: Foto: Felipe Jordão/JC Imagem
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Pedestres atravessando a rodovia sem aguardar o sinal para passagem, motoristas desrespeitando o sinal vermelho e alguns fazendo o retorno irregular. Esse foi o cenário do primeiro dia após a retirada da passarela sobre a BR-101, que ligava o Hospital das Clínicas, na Cidade Universitária (Zona Oeste do Recife), ao antigo prédio da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). No lugar do equipamento, foram instalados uma faixa de pedestres e um semáforo, que auxiliarão transeuntes e condutores a cruzarem a rodovia. A medida é provisória, até que uma nova passarela, desta vez de concreto, seja construída. O serviço será realizado dentro do projeto de requalificação da BR-101, cujas obras começarão em agosto e deverão seguir até dezembro.

Em fevereiro de 2017, a passarela removida já era motivo de queixas, por conta da ferrugem exposta e da instabilidade do equipamento. Na época, uma obra no valor de R$ 460 mil foi anunciada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Porém, segundo o órgão, o trabalho não foi feito, uma vez que a nova plataforma entrou no projeto da BR-101 e o financiamento foi destinado ao novo equipamento. “A passarela balançava de dar medo. A pessoa olhava e já via tudo enferrujado. Na hora de atravessar, parecia que ia cair. Quem tinha coragem encarava, quem não tinha atravessava na BR mesmo”, lembrou a auxiliar de serviços gerais Rosalina Nascimento, de 51 anos, que vai ao menos três vezes por mês ao Hospital das Clínicas realizar tratamento médico.

Enquanto a passarela definitiva não fica pronta, será preciso lidar com as infrações de motoristas e imprudência de pedestres, que, pelo menos no primeiro de dia de funcionamento do semáforo e da faixa provisória, foram recorrentes. Alguns motoristas faziam a mudança de via, da faixa da BR-101 sentido Recife para a via paralela usando o espaço removido de paralelepípedos para implantação da nova faixa. Durante a manhã de ontem, em 30 minutos, ao menos oito carros foram vistos fazendo a mudança de faixa. Além disso, alguns pedestres não obedeciam à sinalização e arriscavam atravessar a faixa de pedestres mesmo com o fluxo liberado para os carros. 

“Os pedestres estão atravessando a rua com o sinal de carro verde, estou vendo a hora pegar um aí. Os motoristas, alguns, veem o sinal vermelho e cruzam mesmo assim. O pessoal ainda está se acostumando com sinal e com a faixa”, contou Maria Cleiciane, 39, mais conhecida como Leila da Tapioca, que tem um comércio de lanches há 15 anos em frente ao local onde foi implantada a faixa de pedestres provisória. Para ela, a faixa vai ser bem mais utilizada que a passarela. O que falta são os motoristas e pedestres se adaptarem à mudança. “Mas essa é a melhor coisa que já fizeram aqui”, pontuou. 

Para o motorista e vendedor de gás Clebson Silva, 22, que passa, em média, quatro vezes ao dia pelo ponto da antiga passarela, a mudança beneficiou também os motoristas. “O trânsito aqui é uma desordem. Ao menos com essa faixa tem tempo para parar e prosseguir. Não fica um monte de gente atravessando a BR correndo, com medo de usar a passarela”, opinou.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) declarou, por meio de nota, que “visando reforçar a segurança na travessia e na circulação dos usuários na via, solicitará o reforço da Polícia Rodoviária Federal (PRF/PE), órgão responsável pela fiscalização de trânsito das rodovias, para a verificação e notificação das irregularidades que estejam ocorrendo no local”.

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