Biciflow

Conheça o aplicativo que conecta ciclistas que fazem o mesmo caminho

A proposta do Biciflow é dar mais segurança às pessoas que andam de bike

Caio Campos
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Caio Campos
Publicado em 29/08/2018 às 11:01
Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem
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Estudantes de Ciência da Computação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram um aplicativo que pretende ajudar quem deseja utilizar a bicicleta no cotidiano: o Biciflow. Gratuito e com lançamento previsto para o dia 22 de setembro, Dia Mundial Sem Carro, o app busca conectar ciclistas e potenciais ciclistas para que se conquiste mais segurança no trânsito.

“A nossa ideia é trazer a segurança dos grupos noturnos de ciclistas para o dia a dia, pessoas que fariam o mesmo trajeto se conectarem para que possam andar juntas. O foco é fazer com que mais pessoas comecem a andar de bicicleta na rua a partir da segurança que fazer o percurso com uma companhia proporciona”, afirma Igor Matos, de 25 anos, idealizador do projeto junto com Luís Henrique Delgado, de 24 anos, e João Paulo Luna, também de 24 anos.

Igor conta que a ideia surgiu depois que ele começou a usar a bicicleta com mais frequência para se locomover. “Comecei a pedalar em setembro de 2015, justamente no Dia Mundial sem Carro, e muitos trajetos eu achava que se tivesse uma companhia eu faria fácil. Então, pensei, por que não um aplicativo para juntar pessoas que fazem o mesmo trajeto que eu?”, disse ele.

O projeto foi apresentado, primeiramente, em um evento da Techstars Brasil, o Startup Weekend Recife, sendo um dos mais votados para serem desenvolvidos. Em seguida, o universitário levou a iniciativa para uma disciplina ofertada no Centro de Informática (CIn), chamada Projetão, voltada para o empreendedorismo e tecnologia, momento em que Luís Henrique e João se somaram ao projeto.

“Por mais que a gente imaginasse os principais problemas de um ciclista, precisávamos de um embasamento, verificar a realidade. Fizemos uma série de pesquisas com algumas técnicas aprendidas na cadeira e aproximadamente 70% dos ciclistas responderam que se sentiriam mais seguros caso pedalassem em grupo”, revelou Luís Henrique.

Premiado como Projeto Inovação ao final da disciplina, o Biciflow foi apresentado no CInove, iniciativa de apoio à inovação e ao empreendedorismo do CIn, quando os estudantes receberam uma sala no prédio para aprimorar o aplicativo, um espaço de coworking.

A ideia só conseguiu sair do papel graças ao apoio financeiro do Fundo Socioambiental CASA, em parceria com a Caixa Econômica Federal, no final de 2017, etapa na qual os estudantes contaram com a assistência da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo). “O edital foi uma oportunidade interessante, aplicamos e fomos aprovados. Era o investimento que faltava para deslanchar o aplicativo, pois conseguimos contratar desenvolvedores e design”, apontou Igor.

Como funciona

O aplicativo possui uma plataforma sem grandes mistérios. Nele, o usuário faz o login utilizando alguma rede social e, em seguida, pode ver as rotas próximas à sua localização ou pesquisar rotas a partir do ponto de origem e destino, se cadastrar em uma delas ou, ainda, criar a própria rota. É possível ver o detalhes do trajeto, ponto inicial e final, as distâncias, os horários disponíveis, quem faz parte, comentário sobre e, quando navegar, ver as pessoas que estão online, em tempo real, para facilitar o encontro.

Para Luís Henrique, a questão do horário é fundamental. “O horário é uma ferramenta importante, pois de nada adiantaria disponibilizar a mesma rota sem que as pessoas a fizessem no mesmo horário. O usuário também pode cadastrar sua frequência, se ele deseja realizar aquela rota diariamente, semanalmente”, comenta o universitário.

Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem
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Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem
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O aplicativo será disponibilizado para download nos sistemas Android e iOS a partir do próximo mês, ainda em fase de teste, para que as pessoas possam se inscrever nas rotas e formar grupos, mas sem navegar por enquanto. “Primeiro faremos um teste, na primeira semana de setembro, antes do lançamento de fato, focado na Região Metropolitana do Recife (RMR), com divulgação e várias ações. As funcionalidade serão lançadas aos poucos, para corrigir possíveis erros e não frustrar o usuário. A partir de 22 de setembro, eles poderão navegar e abriremos para o resto do País”, conta Igor.

Sobre privacidade, os estudantes informaram que o usuário tem a opção de desabilitar a localização em tempo real para que as pessoas não o vejam, mas, assim, ele também não conseguirá visualizar a localização dos outros por medida de segurança.

Outras funcionalidades

Os estudantes divulgaram também que consideram liberar outras funcionalidades para o aplicativo no futuro, como chat (por ora é possível deixar comentários) e rotas com a participação apenas de mulheres. “Nós precisamos enxugar o aplicativo para conseguir lançar, mas temos em mente outras funções. De acordo com o feedback do público, poderemos ajustar alguns pontos”, disse Igor.

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