Manifestação

Sindicato realiza protesto contra a privatização do metrô na estação Recife

O metrô do Recife é gerenciado pela CBTU, que teve sua privatização anunciada pelo Governo Federal neste ano

JC Online
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Publicado em 26/11/2019 às 18:40
Foto: Marcela Maranhão/TV Jornal
O metrô do Recife é gerenciado pela CBTU, que teve sua privatização anunciada pelo Governo Federal neste ano - FOTO: Foto: Marcela Maranhão/TV Jornal
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Metroviários e membros da sociedade civil realizam protesto contra a privatização do metrô do Recife, na Estação Central, na noite desta terça-feira (18). Com carro de som e panfletagem, a manifestação é promovida pelo Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) e integrantes do Comitê Estadual em Defesa do Metrô. O metrô do Recife é gerenciado pela Companhia Brasileira de Transpor Urbano (CBTU), que teve sua privatização anunciada pelo governo Federal neste ano.

Segundo Adalberto Ferreira, presidente do Sindmetro-PE, o objetivo do ato é informar a população sobre os pontos negativos da privatização do serviço. "A Primeira coisa é o aumento de tarifa. Segundo, é uma grande falácia falar que a privatização vai desonerar os cofres públicos. Salvador é um grande exemplo. Mesmo privatizado, o governo injetou R$ 500 milhões. Aqui, em Recife, foi injetado R$ 480 milhões. A privatização é a população pagando duas vezes", afirma.

Adalberto alega que os recentes problemas apresentado pelo sistema é fruto de um "sucateamento proposital" por parte do governo. "Faz um bom tempo que o governo vem diminuindo a verba. Nós temos um sistema de 30 anos, com pouca modificação. Nós temos cabos de cobre, que já estão metade. Mesmo que você faça a manutenção, 30 anos é muito tempo. É um sucateamento proposital", acusa.

A reportagem entrou em contato com a CBTU, que afirmou que não irá se pronunciar sobre o assunto.

Privatização

O governo federal incluiu a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Programa Nacional de Desestatização (PND). A decisão atende a recomendações do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) e consta de decretos presidenciais publicados no Diário Oficial da União (DOU). A CBTU é responsável pela operação do metrô do Recife, além de Belo Horizonte, Maceió, João Pessoa e Natal.

De acordo publicou o Blog MoveCidade, para que o processo de desestatização seja concluído, o metrô do Recife deve passar a ser gerido pelo governo do Estado. A partir daí, o governo de Pernambuco deverá transformá-lo numa concessão pública. A estadualização é prevista na Lei Federal 8.693, de 3 de agosto de 1993, que descentralizou os serviços de transporte ferroviário coletivo de passageiros, urbano e suburbano, da União para os Estados e municípios, conforme evidenciou o Blog.

Aumento de passagens

Em 3 dezembro, a passagem do metrô do Recife foi reajustada para R$ 3,40. A nova tarifa estava prevista dentro dos aumentos escalonados, que acontecem até março do ano que vem, quando o bilhete passará a custar R$ 4. Desde maio deste ano a passagem vem ficando mais cara. Os próximos reajustes estão previstos para o dia 5 de janeiro 2020, quando o valor chegará a R$ 3,70 e 7 de março de 2020. 

Os aumentos foram autorizados pela Justiça. Até o mês de maio, o passageiro pagava R$ 1,60 para ingressar nas estações do metrô do Recife. Com o reajuste, passou a custar R$ 2,10 e, em julho, subiu para R$ 2,60. Em setembro, um novo reajuste elevou os bilhetes para R$ 3.

Problemas neste ano

Em fevereiro deste ano, no dia 20, um metrô do linha Sul apresentou falha mecânica e parou entre as estações Porta Larga e Aeroporto. Alguns passageiros se arriscaram e caminharam sobre os trilhos. Já no dia 22 do mesmo mês, um dos vagões sofreu uma pane elétrica, nas imediações da estação Joana Bezerra, na linha Centro, causando tumulto entre os usuários, que, mais uma vez, desceram das composições e andaram pelos trilhos. O problema aconteceu durante a manhã e só foi normalizado à tarde.

Em março, os trens da linha Sul pararam de funcionar, afetando 12 estações. O que ocasionou a paralisação do metrô foi um problema na rede aérea, que só foi resolvido dois dias depois. Durante o período, os passageiros ficaram sem a linha. No início de abril, no dia 4, uma queda no sistema de energia que alimenta os trens causou a interrupção do transporte por 30 minutos. Os usuários, mais uma vez, desceram dos trens. A falha afetou algumas estações da linha Centro. Já no dia 25 do mesmo mês, um problema nos trilhos causou atraso nas viagens, o que deixou as plataformas lotadas.

No mês de julho, a linha Centro do metrô passou quatro dias sem operar e todas as estações ficaram fechadas. Isto porque os equipamentos da rede aérea, sistema de energia que alimenta a circulação dos trens, estavam danificados entre as estações Mangueira e Ipiranga. No dia 22 de agosto, a linha Sul passou quatro horas paralisada. Um trem apresentou falha na alimentação de energia e parou entre as estações Tancredo Neves e Shopping. Quatro dias depois, um problema elétrico próximo à estação Coqueiral paralisou o ramal Camaragibe da linha Centro, só voltando a funcionar no dia seguinte.

No dia 5 de setembro, o trecho entre as estações Camaragibe e Coqueiral, na linha Centro, teve o serviço paralisado. Isto ocorreu devido a um problema na rede aérea. A falha afetou as estações Cosme e Damião, Rodoviária, Curado e Alto do Céu. O trecho só voltou a funcionar no dia seguinte.

Linhas Centro e Sul

A linha Centro é composta por 17 estações e dois ramais: Camaragibe e Jaboatão. A linha transporta, diariamente, 250 mil passageiros. As estações são: Afogados, Ipiranga, Mangueira, Santa Luzia, Werneck, Barro, Tejipió, Coqueiral, Alto do Céu, Curado, Rodoviária, Camaragibe, Cavaleiro, Floriano, Engenho Velho, Jaboatão e Cosme e Damião.

A linha Sul do metrô possui 10 estações, transportando 120 mil pessoas. As estações são: Largo da Paz, Imbiribeira, Antônio Falcão, Shopping, Tancredo Neves, Aeroporto, Porta Larga, Monte dos Guararapes, Prazeres e Cajueiro Seco. As estações Recife e Joana Bezerra fazem parte das duas linhas.

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