Atualizada às 18h40
Depois das críticas geradas pela veiculação de um anúncio que equiparava homossexuais a pedófilos e exploradores sexuais em um jornal de grande circulação em Pernambuco, representantes da ONG Leões do Norte decidiram formalizar uma denúncia contra os responsáveis pela publicação na Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público de Pernambuco nesta quarta-feira (5). Segundo a entidade, o material adotou a expressão "homossexualismo", termo que não é utilizado desde 1990 por associar o termo a uma doença, quando o correto seria utilizar a palavra "homossexualidade", que remete ao “modo de ser”.
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Internautas e órgãos oficiais também protestam contra a campanha criando imagens que remetem à publicação, afirmando que o que Pernambuco não quer são demonstrações de intolerância de qualquer tipo. Até a Prefeitura da Cidade do Recife, responsável pela propaganda Recife Te Quer que inspirou o polêmico anúncio Pernambuco Não Te Quer, publicou em sua página do Facebook uma imagem que diz que o Recife é contra o preconceito e está aberto para todos.
A Prefeitura divulgou também, por meio do Twitter, uma declaração do secretário de Turismo do Recife, Carlos Braga. “O público LGBT é super bem-vindo e respeitado na capital pernambucana. O anúncio veiculado em um jornal de grande circulação no Estado não reflete a realidade vivenciada pelos turistas que nos visitam. Somos reconhecidamente um destino friendly. Recife não compartilha com qualquer ato de homofobia. Inclusive este mês, no dia 16, teremos mais uma edição da Parada da Diversidade uma das maiores do Brasil. E deixo um recado para todas as cores, religiões, opções e diversidades: o Recife te quer sempre!”
A campanha Pernambuco Não Te Quer está sendo realizada pelo Movimento Pró Vida-PE, promovido pelo grupo religioso Javé Nossa Justiça. De acordo com o presidente do Fórum Pernambucano Permanente Pró Vida, Marcio Borba, a campanha visa apenas protestar contra o Governo do Estado que, segundo ele, produz campanhas publicitárias voltadas para o turismo com enfoque sexual. Borba disse ainda que, apesar do movimento considerar a homossexualidade uma prática "anticristã", o protesto não pretendia discriminiar homossexuais.
ESCLARECIMENTOS - A direção do jornal Folha de Pernambuco, que publicou o anúncio na edição desta terça-feira (4), divulgou em seu site uma nota de esclarecimento e pediu desculpas pelo o ocorrido:
''(...) a Folha de Pernambuco afirma que seu conteúdo de forma alguma reflete a opinião do jornal, cuja prática sempre foi a de divulgar e promover todas as ações que esclarecem e propagam a tolerância e o respeito aos direitos humanos (...).''
O Movimento Pró Vida também publicou um comunicado em seu site institucional (clique aqui e leia na íntegra).
