Crianças do Coque

Nova Fronteira para a Orquestra Cidadã

Lançado segunda-feira, projeto que formará profissionais para construir e reparar instrumentos de cordas pretende firmar parcerias com empresas de outros países

Do Jornal do Commercio
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Publicado em 11/09/2012 às 13:50
Foto: Bernardo Soares / JC Imagem
Lançado segunda-feira, projeto que formará profissionais para construir e reparar instrumentos de cordas pretende firmar parcerias com empresas de outros países - FOTO: Foto: Bernardo Soares / JC Imagem
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O bom exemplo da primeira turma da Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã deve ultrapassar as fronteiras nacionais. Lançado segunda-feira (10), o projeto, que formará profissionais aptos a construir e reparar instrumentos de cordas, aposta no desenvolvimento das habilidades dos jovens alunos e quer firmar parcerias com empresas internacionais.

Na solenidade de lançamento, na sede da entidade, no Quartel do bairro da Cabanga, área central do Recife, o coordenador-geral do projeto, o juiz João Targino, ressaltou a importância da nova escola e da função de luthier e archetier. “Esse ofício está em extinção, há carência nessa área em todo o mundo. Estamos muito animados para promover a profissionalização de jovens da comunidade do Coque”, comemora.]

Sobre a venda dos instrumentos por empresas internacionais, o coordenador revela que há interesse de uma companhia japonesa em ser parceira do projeto. “Há um desejo muito forte de ambas as partes de estabelecer uma parceria. Com isso, a empresa oferecerá melhor estrutura ao projeto e, em contrapartida, irá adquirir nosso material para comercialização”, conta.

Embora já exista essa proposta, João Targino alega que novas parcerias é um processo que avançará aos poucos. A principal intenção do projeto é construir e reparar instrumentos para a própria Orquestra Cidadã. “À medida que o material for produzido, investiremos nessa busca de parcerias, pois queremos que outros povos tenham conhecimento da qualidade do nosso trabalho”, afirma.

E, se depender dos seis alunos da escola de formação, qualidade não vai faltar. Priscila Araújo, 16 anos, futura luthier, garante que está disposta a fazer um bom trabalho e já sonha alto. “Espero que, em cinco anos, quando acabar o curso, eu possa ser uma boa profissional e até abrir uma pequena empresa com meu nome”, conta.

A produção artesanal de instrumentos musicais garante a excelência nos pequenos detalhes, o que tende a ser comprometido na fabricação em larga escala. Na China, por exemplo, há empresas que produzem violinos e outros instrumentos de corda com o auxílio de máquinas. “O resultado, no entanto, não se aproxima ao alcançado pelas mãos treinadas e perfeccionistas de um luthier”, diz Júlio Rocha, profissional há duas décadas e professor do projeto.

A Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã, inicialmente, terá seis alunos, todos selecionados a partir de testes e matriculados no ensino regular público. Em novembro deste ano, serão iniciadas as obras de construção de uma sala de concertos, que, além de ter capacidade para 850 pessoas e ser a primeira 100% acústica no Norte-Nordeste, abrigará uma escola de luteria para mais 20 aprendizes e uma escola de música para 300 jovens. Ainda em fase de finalização de projetos, as obras não têm data para serem concluídas.

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