SAÚDE

Família faz campanha em rede social para salvar paciente com câncer

Engenheiro Luiz Sérgio vai se submeter a transplante de medula e precisa de muito sangue

Do JC Online
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Publicado em 04/09/2015 às 7:30
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Engenheiro Luiz Sérgio vai se submeter a transplante de medula e precisa de muito sangue - FOTO: Edmar Melo/ JC Imagem
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Eu tenho 99% de certeza que meu pai vai ficar bom.” A frase da pequena Maria Luísa Padilla, 8 anos, concentra todas as expectativas da família no transplante de medula óssea que pode salvar a vida do engenheiro civil Luiz Sérgio Padilla, 37 anos, portador de um tipo raro de câncer linfático. Para garantir o sucesso da operação, a família iniciou uma campanha de doação de sangue pelo Facebook (veja aqui).

“Uma amiga sugeriu que a gente fizesse a página para atrair doadores de sangue. Mas nada do que está lá foi montado. São fatos que aconteceram durante o tratamento de Lula”, conta Janaína Padilla, esposa de Luiz Sérgio. Em outubro, o engenheiro vai se submeter a um transplante de medula. O doador já foi encontrado: é a irmã Patrícia Siebra. Mas Luiz Sérgio vai precisar de muito sangue. O dele é O negativo, mas qualquer tipo pode ser doado no GSH Hemato, na Avenida Lins Petit, Paissandu.

A médica onco-hematologista e especialista em transplante de medula, Éricka Coelho, explica que Luiz Sérgio vai depender exclusivamente de transfusão para repor as hemácias e plaquetas que precisa para sobreviver até que a medula doada comece a produzi-las. “Esse período pode variar de 10 a 21 dias”, informou. Nesse tempo, Luiz Sérgio pode consumir de sete a 30 bolsas de sangue, segundo a especialista. “Vai depender muito do estado de saúde dele.”

Luiz Sérgio soube que tinha câncer linfático no fim do ano passado, exatamente no dia do aniversário da filha mais velha, depois de passar um mês internado para exames. “Passado o choque inicial, a gente vai se fortalecendo, enxergando as coisas de outra maneira. Principalmente por causa do apoio da família”, diz.

Depois de um tratamento quimioterápico que parecia ter eliminado todas as células doentes, Luiz Sérgio voltou para casa na véspera do Natal. “Parecia um presente. Íamos ficar todos juntos em casa”, lembra Janaína. Um mês depois, a doença voltou ainda mais agressiva, abalando o moral de Luiz Sérgio. “Foi pior que no diagnóstico. Lembrei de tudo que já tinha passado e tive medo de sofrer de novo”, narra. Na doença é assim: cada pequena vitória que a gente tem motiva. Como também cada derrota nos arrasta para baixo.”

Janaína, por sua vez, decidiu que era hora de contar a verdade para as filhas. “Lulu (Maria Luísa) perguntou: linfoma mata? Eu respondi: sim. Acho até que fui verdadeira demais.” 

Um novo tratamento foi iniciado e Luiz conseguiu se recuperar. “Estou apto a fazer o transplante”, acredita. Janaína, que praticamente se tornou médica autodidata para entender melhor o que ocorria com o marido, continua firme, embora não esconda a ansiedade. “Vivemos numa tensão extrema”, admite.

As filhas, que não largam um minuto do pai, demonstram coragem, otimismo e uma surpreendente maturidade. O apoio que estamos recebendo nos faz acreditar que tudo vai dar certo. Creio em Deus. O que acontecer está nos planos dele”, acredita Maria Helena. 

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