A Polícia Civil divulgou na manhã desta quinta-feira (29) a conclusão do inquérito sobre o recém-nascido que foi encontrado ainda com o cordão umbilical no em 10 de novembro. O bebê foi deixado por uma adolescente de 15 anos em um terreno baldio, no bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A menor pode cumprir uma medida socioeducativa pelo ato infracional.
"O crime é de abandono de recém-nascido. Sendo adulto, a pena é até três anos, mas no caso da adolescente é um ato infracional equiparado ao crime", contou a delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelo caso, em coletiva de imprensa. "A justiça irá decidir por alguma medida socioeducativa, com certeza", disse.
Investigações
Durante as investigações, a Polícia Civil encontrou sangue na casa de uma pastora, próximo ao terreno onde o recém-nascido foi encontrado. A menina costumava visitar a casa da religiosa, onde o parto foi realizado, por causa da sua família, que é evangélica.
"Durante os nove meses de gravidez, ela escondeu da família e de todos", afirmou Vilaneida Aguiar. "Como ela costumava usar vestidos largos, ninguém percebeu que ela estava grávida".
Segundo a delegada, a adolescente escondeu a gravidez por ser de uma família evangélica e por não querer decepcionar a mãe. O pai da criança é do interior do estado, onde a adolescente morou por três meses.
"No momento que ela sentiu as dores do parto, ela estava sozinha, pois a pastora, com seus familiares, tinha ido para a igreja. Ela deu a luz no banheiro da casa", falou. "No desespero de esconder a gravidez e o bebê, quando nasceu, ela envolveu o bebê em um lençol, com a placenta e colocou em um terreno ao lado da casa da pastora. Ela voltou para casa como se nada tivesse acontecido", revelou a delegada
Estado de saúde e arrependimento da mãe
O bebê ainda está internado no hospital Agamenon Magalhães, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. "Ele broncoaspirou o resto da placenta e está até hoje internado, mas ele está bem".
Ainda de acordo com Vilaneida, a adolescente diz estar arrependida e a avó da criança aceitou a gravidez da filha. As duas estão disputando a guarda do bebê na Justiça.
