VIOLÊNCIA SEXUAL

Novas acusações de estupro contra sargento

Outras 7 mulheres podem ter sido vítimas de militar do Exército, preso quinta por suspeita de praticar estupros

Do JC Online
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Publicado em 10/08/2012 às 23:13
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Outras 7 mulheres podem ter sido vítimas de militar do Exército, preso quinta por suspeita de praticar estupros - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Mais sete mulheres podem ter sido vítimas do sargento do Exército Jailson Alexandre Serra, 40 anos, preso quinta (9) sob suspeita de praticar estupros em bairros da Zona Oeste do Recife nos últimos seis anos. Depois da divulgação do caso, elas entraram em contato sexta (10) com a Delegacia da Várzea. Mas nenhuma fez ainda o reconhecimento oficial do acusado, o que está previsto para ocorrer na próxima terça-feira. Quinta, outras sete mulheres apontaram o militar como autor dos estupros.

Acompanhado de um advogado, o sargento prestou depoimento sexta das 9h às 16h. Segundo o delegado Frederico Cavalcanti, ele negou qualquer participação nas ocorrências relatadas pelas mulheres. “Apesar da negativa dele, vamos continuar as investigações. Ele voltará terça-feira para prestar novo depoimento, desta vez sobre os novos casos que surgiram hoje (ontem)”, explicou o delegado. Jailson foi ouvido sobre os nove inquéritos que já corriam na Delegacia da Várzea.

Escoltado por sete homens do Exército, o sargento foi levado no fim da tarde para a um quartel localizado no Curado, onde permanecerá preso e à disposição da Polícia Civil. Na saída da delegacia, a mãe de uma das mulheres suspeitas de ter sido violentada sexualmente por Jailson tentou agredi-lo, mas foi contida. Houve xingamentos e gritaria. A filha dela, molestada em 2006, quando tinha 15 anos, também esteve no local. O militar não quis falar com a imprensa.

Segundo as vítimas, Jailson fazia ameaças com facas ou revólver e as levava para locais ermos, onde praticava os estupros e depois fugia. As abordagens ocorreram, na maioria das vezes, durante a madrugada ou logo no início da manhã, em lugares como Cidade Universitária, Engenho do Meio, Várzea (onde ele morava) e Roda de Fogo. Em todos os casos, ele dirigia uma moto, usava calça jeans e jaqueta de couro preta. A moto aprendida pela polícia na residência do suspeito chamou a atenção pela quantidade de adesivos colados com frases religiosas (Deus é fiel, Jesus te ama e Abençoado). Outro dois adesivos tinham o nome Carina e Everton.

“Ele mostrou um revólver e pediu meu celular. Depois mandou abrir a bolsa. Como só tinha R$ 2, deu um soco no meu rosto e foi embora. Na mesma rua, abordou duas mulheres que estavam em um carro. Mandou que uma delas tirasse a calcinha”, relatou uma técnica de enfermagem de 40 anos que compareceu sexta à delegacia. O caso ocorreu dia 29 de julho, quando ela ia ao trabalho, no Cordeiro, por volta das 6h30.

Paralelamente ao trabalho da Polícia Civil, o Exército instaurou inquérito para investigar o sargento. O levantamento deve ser concluído em 20 dias úteis, podendo ser prorrogado por igual período. Caso seja condenado pela Justiça comum a uma pena inferior a dois anos, vai cumpri-la em uma unidade do Exército. Se a condenação for maior, deve ser levado para um presídio.

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