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Acusados de matar advogado serão ouvidos em julgamento histórico

Réus serão julgados pela execução de Manoel Mattos. Sessão está marcada para começar às 8h, na sede da Justiça Federal, no Recife

Betânia Santana
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Betânia Santana
Publicado em 13/04/2015 às 22:47
Sérgio Bernardo/JC Imagem
Réus serão julgados pela execução de Manoel Mattos. Sessão está marcada para começar às 8h, na sede da Justiça Federal, no Recife - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Um julgamento histórico. Seis anos após a execução do advogado Manoel Mattos, em janeiro de 2009, na Paraíba, a Justiça brasileira realiza nesta terça-feira, pela primeira vez, um júri federalizado. A sessão está marcada para começar às 8h, na sede da Justiça Federal, no Recife, e será acompanhada por observadores internacionais e diversas entidades que atuam na área de direitos humanos. Manoel Mattos foi assassinado a tiros de espingarda calibre 12 quando estava em uma casa na Praia de Pitimbu. O crime teve repercussão internacional. Mattos atuava, principalmente, contra grupos de extermínio na divisa entre os Estados da Paraíba e de Pernambuco, região conhecida como “Fronteira do Medo”.

Cinco pessoas são acusadas da morte do advogado. Estarão sentados hoje no banco dos réus o sargento da Polícia Militar Flávio Inácio Pereira e Cláudio Roberto Borges, apontados como os principais mentores do assassinato; o irmão de Cláudio, José Nilson Borges, que teria emprestado a arma usada no crime; além de José da Silva Martins e Sérgio Paulo da Silva, acusados de serem os executores do homicídio. A previsão é que o júri dure, pelo menos, dois dias. A Justiça Federal convocou 50 jurados, dos quais sete serão sorteados para participar do júri.

A federalização do caso é uma conquista inédita. Foi conseguida em 2010, graças à mobilização de diversas entidades que pressionaram para que a investigação e o julgamento do homicídio fossem transferidos para o âmbito da Polícia e da Justiça Federal. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a instauração do Incidente de Deslocamento de Competência, mecanismo previsto na Constituição desde 2004 para crimes que envolvam grave violação de direitos humanos.

Na edição do JC desta terça-feira, o caderno Cidades traz entrevista com a mãe de Manoel Mattos. Acompanhe aqui trechos da conversa:

 

Leia mais na edição do JC desta terça-feira (14)

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