TRÁFICO INTERNACIONAL

PF apresenta veleiro holandês apreendido com mais de meia tonelada de cocaína

A polícia pernambucana realizou três vistorias na embarcação, onde foram encontrados 613,5 kg da droga.

Maria Regina Jardim
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Maria Regina Jardim
Publicado em 12/08/2015 às 16:05
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
A polícia pernambucana realizou três vistorias na embarcação, onde foram encontrados 613,5 kg da droga. - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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A Polícia Federal (PF) encerrou nesta terça-feira (11) as vistorias no veleiro holandês Rody, apreendido no último dia 1º no arquipélago de Fernando de Noronha. Nas buscas, foram encontrados 613,5 kg de cocaína, divididos em 518 tabletes, dentro da embarcação. Foi a maior apreensão da droga na história de Pernambuco e a maior do ano em todo o Nordeste. Segundo a PF, o inquérito do caso deve ser concluído em até 30 dias.

A ação resultou na prisão do mecânico holandês Raymond Knobbe, 48 anos, que está detido no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. De acordo com a polícia, ele se recusou a depor durante as investigações, utilizando o direito de falar apenas perante a Justiça. Caso seja condenado, Knobbe poderá pegar pena que varia de 5 a 20 anos de reclusão. "Ainda é muito prematuro dar qualquer declaração sobre o assunto", afirmou o advogado do acusado, Carlos Sá.

Knobbe foi abordado pela Marinha Brasileira ainda em alto-mar, a 30 milhas de distância de Fernando de Noronha. Foi preso em flagrante e encaminhado à capital pernambucana no último dia 2. No dia 6, a juíza Carolina Malta, da 36ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco, determinou que ele fosse preso preventivamente e aguardasse a conclusão do julgamento sem permissão para sair do País.

Segundo o Superintendente Regional da PF, Marcello Cordeiro, o holandês é um traficante de grande porte. Ele começou a ser investigado após a corporação receber informações da Agência Nacional de Crimes da Grã-Bretanha (NCA). Ainda segundo a PF, Raymond Knobbe entrou no Estado em junho. No final de julho, ele seguiu para a Paraíba, de onde saiu rumo à Europa, destino final da droga. O holandês já foi preso pela polícia francesa em 2007 por tráfico internacional de entorpecentes.

Nas embalagens dos tabletes apreendidos, havia gravado o símbolo de um escorpião. A polícia acredita que a mercadoria faça parte do cartel colombiano. "O animal é uma marca registrada do cartel. O comprador que vê o desenho sabe que é de uma procedência específica. Há uma grande probabilidade de ser um cartel colombiano. Essa grande quantidade de cocaína não é qualquer grupo que transporta, é um altamente especializado", detalhou o chefe de comunicação da PF no Estado, Giovani Santoro.

 

VISTORIAS

A PF realizou três vistoria no veleiro. No primeiro dia, os policiais apreenderam 11,5Kg de cocaína, divididos em 10 tabletes, dentro de uma sacola fora da cabine de comando do barco, ainda em Fernando de Noronha. Na segunda busca, no dia 9, já no Porto do Recife, 59 tabletes da droga, totalizando 71 kg, foram identificados com a ajuda de cães farejadores dentro de dois reservatórios de água. A última vistoria foi feita no dia 10, em que mais 436 tabletes de cocaína (531 kg), inseridos no tanque de combustível do veleiro, foram apreendidos.

Toda a droga encontrada foi encaminhada para a sede da PF, no Bairro do Recife, Centro, onde será posteriormente incinerada. Além do entorpecente, um paraquedas também foi encontrado. De acordo com a polícia, o acessório era utilizado pelos traficantes para jogar a droga em alto-mar para o velejador. O navio está atracado no Cabanga Iate Clube, Zona Sul da cidade, à disposição da Justiça Federal. Conforme prevê a lei de entorpecentes, deverá ser leiloado pela União. Os recursos captados com a venda da embarcação possivelmente serão revertidos para a campanha antidrogas do País.

Esta é a 16ª apreensão de drogas que a PF realiza em Pernambuco. Até o momento, foram presas 24 pessoas por envolvimento com o tráfico de drogas. Em 2014, foram detidas 52 pessoas.

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