MAUS-TRATOS

Pitbull é sequestrado e mutilado em Aldeia, na Região Metropolitana do Recife

O cão, que ficou desaparecido por 16 dias, teve as duas orelhas cortadas à faca

Da editoria de Cidades
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Da editoria de Cidades
Publicado em 17/05/2016 às 19:43
André Nery/ JC Imagem
O cão, que ficou desaparecido por 16 dias, teve as duas orelhas cortadas à faca - FOTO: André Nery/ JC Imagem
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Magro, com as duas orelhas decepadas e muito assustado. Assim foi encontrado, no último sábado (14), um cão da raça pitbull que havia sumido no dia 28 de abril de uma residência no bairro de Aldeia, no município de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. Gilvânio Tales, de 33 anos, conhecido como “Grilo”, é morador do mesmo bairro e suspeito de roubo e maus-tratos do animal, que ficou 16 dias desaparecido. 

O cão pertencia a um casal que mora no bairro há seis anos. Os donos chegaram em casa à noite e sentiram falta do animal, então colocaram cartazes nas redondezas anunciando uma recompensa de R$ 1.000,00 para quem tivesse informações sobre sua localização. No sábado, o dono, um músico de 43 anos, recebeu uma ligação do suspeito indicando que o cão estaria em um lixão. No local, que fica bem próximo à casa de Gilvânio, o dono encontrou um cão completamente diferente. 

"Eu não reconheci ele. Estava pintado com tinta spray para que as pessoas não relacionassem à foto que divulgamos. Além disso, teve as duas orelhas arrancadas à faca, estava com o focinho rachado e muito assustado", conta o músico, que preferiu não se identificar.

Depois do resgate, o suspeito teria continuado a ligar para o casal, cobrando o valor da recompensa. Segundo as vítimas, Gilvânio chegou a fazer ameaças, dizendo que sabia onde o casal morava. "Ele trabalhou durante um ano em um lugar próximo aonde a gente mora", conta a produtora de moda, proprietária do animal, que também não quis ter o nome divulgado.

Ameaçados, os donos procuraram a polícia. Na manhã desta terça-feira (17) um encontro foi marcado para o pagamento, mas o suspeito foi surpreendido pela presença de policiais militares. 

Para a esposa de Gilvânio, que não quis se identificar, tudo não passou de um mal-entendido. “Meu marido só queria ajudar, mas veio parar na delegacia. Ele nunca teve problema com a polícia; trabalha fazendo biscate e em um restaurante”, defende a dona de casa, que deve ser ouvida pela polícia.

Segundo os donos, oito dias após o roubo do pitbull, outros dois filhotes da mesma raça foram levados. Dois dias depois, os cães foram devolvidos ainda dopados. Moradores da região apontaram para um homem chamado “Grilo”, que faria parte de uma quadrilha que roubava cães para venda. 

“Eu acredito que eles vendam os animais, mas o meu cachorro estava em uma situação tão ruim que eles viram mais vantagem em extorquir a gente”, acusa o proprietário do animal.  

Segundo o delegado Geraldo Silva da Costa, o crime de extorsão não está bem configurado. No entanto, Gilvânio é suspeito dos crimes de furto e maus-tratos. “Ele vai ser ouvido e um inquérito será aberto para investigação. Ainda não podemos provar a extorsão”, explicou. 

Se condenado, o biscateiro terá as penas de maus-tratos (3 meses a 1 ano) e furto (1 a 4 anos) somadas. Se provado o crime de extorsão,  Gilvânio pode ficar detido por até 10 anos.

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