COPACABANA

'Ele não poderia nunca estar dirigindo', diz vítima de atropelador

Atropelador disse ter tido um ataque epiléptico ao volante

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 19/01/2018 às 12:23
Foto: AFP
Atropelador disse ter tido um ataque epiléptico ao volante - FOTO: Foto: AFP
Leitura:

Pintor desempregado, Valdinei de Lima Nascimento, de 33 anos, tomava uma cerveja num quiosque da praia de Copacabana, na noite de quinta-feira (18) quando foi atropelado no calçadão. Ele tinha acabado de cumprir a função que tem como bico: ajudar um barraqueiro com barracas e cadeiras usadas pelos banhistas. 

"Quebrei a clavícula, não consigo andar, levei pontos no rosto. Mas acho que nasci de novo, podia ter morrido, como o bebezinho", disse, nesta sexta-feira (19) enquanto esperava a mãe para buscá-lo no Hospital Miguel Couto, no Leblon.

Nove vítimas do atropelador, Antonio Anaquim, ainda estão internadas. Entre elas estão um bebê de 2 anos e crianças de 7 e 10 anos. O carro atingiu 17 pessoas, matando um bebê de 8 meses. A mãe da menina foi com o marido reconhecer o corpo da filha no Instituto Médico Legal nesta manhã de sexta-feira (19). Abalada, não conseguiu sequer sair do carro em que foi levada. "Tiraram meu bebê de mim", chorava.

Estado de saúde

Entre os feridos, o caso mais grave é de um turista de 68 anos, da Austrália, que respira com ajuda de aparelhos. As demais vítimas tiveram fraturas nas pernas, traumas na face e escoriações. 

Anaquim disse ter tido um ataque epiléptico ao volante. Uma mulher que o acompanhava confirmou que ele teve um ataque no veículo e desmaiou. O motorista deverá responder por homicídio culposo, segundo a Polícia.

O calçadão estava lotado, por ser período de férias e fazer muito calor. "Foi muito rápido, não deu para entender. Estava sentado tomando cerveja e, de repente, no chão. Mas vou superar. Pior foi para as crianças e bebês. Foi muito pânico", contou Nascimento. 

"Ele nunca poderia estar dirigindo se tem epilepsia. É uma irresponsabilidade, ninguém tem nada com isso", criticou o pintor. Ele está com um dos joelhos muito inchado, pela pancada. Ele está desempregado há um ano e agora se preocupa com os documentos e os pertences que deixou para trás no calçadão com o atropelamento. "Ficou tudo lá. Perdi os documentos, mas fiquei com a vida".

A reportagem não conseguiu entrevistar a defesa de Anaquim. O espaço está aberto para manifestação.

Últimas notícias