CAMPO GRANDE

Polícia investiga denúncia de agressão contra jornalista do SJCC

Segundo a vítima, dois homens, um deles vestindo camisa de Bolsonaro, a agrediram e a ameaçaram de estupro no momento em que saía do local de votação, no Recife

JC Online
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Publicado em 07/10/2018 às 18:28
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Segundo a vítima, dois homens, um deles vestindo camisa de Bolsonaro, a agrediram e a ameaçaram de estupro no momento em que saía do local de votação, no Recife - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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A Polícia Civil vai investigar uma denúncia de agressão a uma jornalista prestadora de serviço do portal NE10, que é integrado ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, na tarde deste domingo (7). De acordo com a vítima, de 40 anos, dois homens a agrediram e a ameaçaram de estupro no momento em que saía do local de votação, no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife. Segundo ela relatou à Polícia, um deles vestia camisa do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). O motivo da agressão, de acordo com a profissional, seria o fato de ela ser jornalista.

Ela diz que o fato aconteceu por volta das 14h na Rua Franklin Távora. Depois de ter votado, ela se dirigiu ao carro, que estava estacionado na via. Segundo ela, dois homens portando um pedaço de ferro a abordaram na rua. "Tinham um ferro, tipo um canivete. Viram meu crachá e disseram que eu era 'riquinha' e 'de esquerda' e também ameaçaram um estupro", conta. Ainda de acordo com ela, foi quando os dois a cortaram no braço e no queixo.

Segundo a repórter, um dos homens era branco, usava uma calça jeans e uma camisa preta que tinha a foto do presidenciável com os dizeres “Bolsonaro Presidente”; e o outro também branco, vestia uma camisa verde e calça jeans.

Minutos depois, segundo a repórter, um carro que passava na rua buzinou e os agressores se assustaram, saindo correndo na direção de um bar de esquina onde estaria um grupo bebendo.

Ferimentos

Com hematomas no rosto e cortes nos braços, a jornalista prestou queixa à polícia, às 15h30 deste domingo (7). “Todas as providências necessárias já foram tomadas pela Polícia Civil. Foi feito registro do Boletim de Ocorrência, ela foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) e a polícia foi ao local para tentar identificar os suspeitos”, explicou o delegado Rômulo Aires, titular da Delegacia do Espinheiro, na Zona Norte do Recife.

Os investigadores vão solicitar as imagens das câmeras de segurança da área onde ocorreu a agressão. O resultado do exame de corpo de delito feito pela jornalista no IML será divulgado em 20 dias.

Repúdio

A diretora de Conteúdos Digitais do SJCC, Maria Luiza Borges, repudiou o ocorrido. “Não se pode aceitar nenhuma ameaça ao exercício da nossa profissão. Vamos dar apoio à profissional e confiamos que a polícia vai esclarecer os fatos e punir os culpados”, afirmou.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também demonstraram apoio à jornalista e colocam a assessoria jurídica do Sindicato à disposição da vítima. Confira a nota na íntegra:

NOTA DE REPÚDIO

"O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam veementemente o ataque sofrido por uma jornalista do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) na tarde deste domingo (7). Sinjope e Fenaj se solidarizam com a vítima, que tem o nome preservado para sua proteção, e colocam à disposição a assessoria jurídica do Sindicato.

Segundo registrado em matéria do portal do SJCC, dois homens agrediram e ameaçaram a jornalista de estupro no momento em que ela saía do local de votação, na zona norte do Recife. A repórter disse que um dos agressores usava uma camisa com os dizeres "Bolsonaro Presidente". De acordo com a profissional, a agressão ocorreu devido ao fato dela ser jornalista.

A repórter prestou queixa do ocorrido. O Sinjope e a Fenaj exigem pronta apuração do fato pelas autoridades policiais, bem como punição exemplar dos culpados. Também se exige que a empresa preste toda a assistência necessária à funcionária.

A violência contra jornalistas representa gravíssimo ataque à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa. Trata-se de algo inaceitável."

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