PETROLINA

Vídeo mostra momento em que funcionário teria apagado imagens do caso Beatriz

Ex-prestador de serviço, alvo de um mandado de prisão preventiva, teria apagado imagens que revelariam a identidade do suspeito do crime

JC Online
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Publicado em 12/12/2018 às 20:47
Foto: Reprodução de vídeo / Divulgação/ PCPE
Ex-prestador de serviço, alvo de um mandado de prisão preventiva, teria apagado imagens que revelariam a identidade do suspeito do crime - FOTO: Foto: Reprodução de vídeo / Divulgação/ PCPE
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A Polícia Civil divulgou, nesta quarta-feira (12), imagens do circuito interno de segurança do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, Sertão do Estado, onde a menina Beatriz Mota foi encontrada morta em 2015, aos 7 anos. O vídeo mostra o momento em que, segundo a polícia, Alisson Henrique Carvalho, ex-prestador de serviço da escola, teria apagado imagens registradas pelas câmeras de segurança da unidade de ensino que revelariam a identidade do suspeito do crime. 

As imagens são do dia 4 de janeiro de 2016, às 15h40, 22 dias após a morte da menina. De acordo com a delegada Polyanna Nery, responsável pelo caso, as imagens que foram apagadas poderiam revelar a identidade do suspeito que participou no homicídio. "Ele circulou no colégio no dia 10 do 12 [de dezembro de 2015]. O suspeito nega ter excluído o material.

Ainda segundo a delegada, o suspeito tinha uma empresa de informática e prestava serviços ao colégio. Além dele, havia uma outra funcionaria, mas a possível investigação sobre a mulher corre em sigilo.

De acordo com a delegada, houve uma demora para a entrega das imagens. "Eles davam desculpas, alegavam que as imagens não podiam ser entregues naquele momento. Até o momento em que se deu a apreensão do aparelho".

Prisão preventiva decretada

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva do suspeito por 3 votos a 1 por falso testemunho e fraude processual. De acordo com o chefe da Polícia Civil Joselito Kehrle do Amaral, o processo corre em segredo de justiça, mas os indícios levantados foram suficientes para a determinação judicial.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito deve se apresentar à polícia, mas agentes já estão em diligências para encontrá-lo. Caso ele não se apresente, será preso. Após oficialização do resultado da audiência, a mãe de Beatriz, Lúcia Mota, passou mal e chegou a desmaiar. Um protesto em frente ao prédio do TJPE, organizado por amigos e parentes de Beatriz, aconteceu durante sessão do pleno que julgava o recurso do MPPE contra decisão anterior que havia negado a prisão do homem. 

Relembre o caso

Beatriz Mota desapareceu durante a festa de formatura da irmã mais velha, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 10 de dezembro de 2015. A menina pediu à mãe para beber água e sumiu em seguida. O corpo foi encontrado cerca de 40 minutos depois, com 42 perfurações de faca. O que aconteceu nesse espaço de tempo permanece um mistério, mesmo após três anos e quatro delegados no comando das investigações

Há um ano, quando a delegada Polyana Neri, diretora-adjunta da Diretoria Integrada do Interior 2, assumiu o caso em caráter de exclusividade.

Nessa terça-feira (12), em nota onde disseram acreditar nas instituições e no poder público, os pais de Beatriz Mota, Sandro Romilton e Lúcia Mota, cobraram a prisão do homem. No texto, Sandro e Lúcia destacam que não imputam ao ex-prestador de serviço da escola a autoria do crime de homicídio, mas “a prática de crimes diversos que de alguma forma contribuíram para que até agora não se chegasse ao resultado esperado por todos”.

De acordo com eles, a partir do momento em que gravações foram corrompidas, “não se pôde mais chegar com precisão ao autor ou autores do fato criminoso”. Em março de 2017, foram divulgadas imagens que teriam sido recuperadas e mostram o suposto assassino.

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