Numa audiência que se estendeu pela noite desta terça-feira (3/3), na Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público Estadual, em Olinda, o representante da Comunidade Terapêutica (CTO), único serviço na cidade com leitos psiquiátricos, propôs que a transferência de doentes do SUS, lá internados, só seja concluída depois de uma comissão confirmar o funcionamento da rede municipal substituta , constituída por dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em regime de 24 horas e a abertura de três novas residências terapêuticas. “Assim as famílias terão maior segurança e poderemos desativar o atendimento gradativamente”, explicou Feliciano Lima, do Sindicato dos Hospitais e da CTO.
O vereador Jorge Federal, da bancada de oposição, também presente ao encontro, informou que uma nova reunião será realizada no Ministério Público, no dia 17. “Daí será formada a comissão e realizada a fiscalização”, adiantou. Ele defende que seja adiado o prazo de 1º de abril, estabelecido pela Prefeitura de Olinda para o fim do contrato com a clínica. A prefeitura alega que a unidade pediu descredenciamento e que a mudança atende à reforma psiquiátrica em curso no Brasil. O vereador não acredita que em menos de um mês o governo consiga implantar serviços sem ter ainda feito novas contratações, montado as residências terapêuticas nem assinado convênio com o Hospital Tricentenário (de clínica geral), que precisa passar por reforma para instalar 16 leitos destinados à desintoxicação de dependentes químicos, outra medida para substituir o internamento na CTO.
A reportagem não conseguiu falar com o Ministério Público.