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Novembro Azul: conheça mitos e verdades sobre câncer de próstata

Disfunção erétil e incontinência urinária estão entre as principais preocupações

Malu Silveira
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Malu Silveira
Publicado em 19/11/2016 às 7:00
Foto: Guga Matos / JC Imagem
Disfunção erétil e incontinência urinária estão entre as principais preocupações - FOTO: Foto: Guga Matos / JC Imagem
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Disfunção erétil e incontinência urinária. Estas complicações são algumas das angústias de pacientes diagnosticados com câncer de próstata, principalmente aqueles que passam pela prostatectomia radical, cirurgia que visa a cura da doença quando o tumor está limitado à glândula. Apesar desses problemas surgirem em uma parcela dos casos, os especialistas reforçam que na maioria das situações existe tratamentos. Muitas dúvidas, no entanto, não passam de mitos perpetuados, sem nenhuma comprovação científica. 

“A prostatectomia radical remove a próstata com as vesículas seminais e nervos responsáveis pela ereção, por isso a possibilidade da disfunção erétil após a cirurgia. Mas com o avanço da tecnologia, passamos a identificar que era possível, em muitos casos, preservar os nervos sem impacto negativo no câncer, aumentando assim as chances do paciente recuperar a potência. Para aqueles homens que continuam com dificuldade, existem diversos tratamentos de reabilitação peniana. Se o dano aos nervos for muito grande ou se o paciente já apresentar algum grau de disfunção antes do procedimento, há também a opção de recorrer às próteses penianas”, pontua o urologista Filipe Tenório, do Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (Imip) e do Hospital Santa Joana Recife. Confira vídeo do especialista alertando sobre mitos e verdades em relação à doença:

Já em relação à incontinência urinária, o médico ressalta que, após a cirurgia, o percentual de pacientes que relatam o problema só chega a 5%. “O homem tem dois sistemas que ajudam a manter a continência: o esfíncter uretral masculino, que fica ao redor da uretra, e a próstata e sua musculatura. Com a retirada da glândula, ele perde o segundo mecanismo. Se o outro já está fraco ou a cirurgia mexer nesta área também, o homem pode ficar incontinente”, explica. Para este problema, o especialista reforça que também há intervenções satisfatórias: “Após a cirurgia, com ou sem queixa de incontinência, sempre indicamos a fisioterapia pélvica. Esses exercícios ajudam a melhorar a força do músculo, o que é muito importante para a recuperação do paciente”, conta o urologista. Para casos de incontinência leve ou moderada, recomenda o médico, o paciente pode colocar o sling urinário, uma espécie de rede que fecha a uretra. “Já para casos mais extremos, colocamos uma argola ao redor da uretra, chamada de esfincter artificial”, ressalta.

Infertilidade é outro receio relatado por pacientes que se submeteram à prostatectomia radical. “Pacientes que passam pela cirurgia têm ereção, sentem prazer e chegam ao orgasmo, mas não ejaculam, pois os dutos ejaculatórios são retirados na cirurgia. No entanto, eles continuam produzindo espermatozoides. Não podemos descartar a hipótese de que um paciente na faixa dos 50 anos quer ser pai. Por isso, há a opção de realizar uma punção e recorrer ao método de fertilização in vitro”, esclarece.

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