Saúde

Dia de luta contra o cigarro, o serial killer da saúde pública; saiba onde encontrar tratamento

Neste Dia Nacional do Combate ao Fumo, médico alerta sobre o perigo do tabaco, que abre as portas para o desenvolvimento de mais de 50 doenças

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 29/08/2017 às 9:12
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Neste Dia Nacional do Combate ao Fumo, médico alerta sobre o perigo do tabaco, que abre as portas para o desenvolvimento de mais de 50 doenças - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O cigarro é o serial killer (assassino em série, em português) mais potente da saúde pública. Essa declaração foi feita pelo pneumologista Blancard Torres, professor da Universidade Federal de Pernambuco e coordenador do Programa Respirando Fundo, do Real Hospital Português (RHP). Desde 1978, ele abraça um trabalho de sensibilização da população para os riscos de doenças e danos sociais causados pelo tabagismo.

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“Infelizmente o Brasil só consegue tratar 5% dos fumantes. Deixar o hábito não é fácil. Cerca de 95% dos que fumam precisam de apoio contra a dependência química associada ao tabagismo”, destaca Blancard, que participa do Fórum Tabagismo e Câncer de Pulmão, realizado no RHP, no bairro de Paissandu, Centro do Recife, nesta terça-feira (29). O evento marca este Dia Nacional do Combate ao Fumo, que alerta sobre o perigo do tabaco, que abre as portas para o desenvolvimento de mais de 50 doenças, entre as enfermidades cardiovasculares, o câncer e os problemas respiratórios. 

O pneumologista chama a atenção para o fato de o Recife, apesar de ter saído do ranking das cidades brasileiras com maiores percentuais de adultos fumantes, ainda tem um número absoluto alto de pessoas que não largam o cigarro. Na capital pernambucana, 9,1% da população a partir dos 18 anos fumam. O índice é menor do que a taxa brasileira, de 10,2%.

“Mas precisamos ficar atentos às crianças e aos adolescentes, que rapidamente podem entrar na dependência quando experimentam a nicotina. É necessário fortalecer o trabalho de prevenção da iniciação (ao tabagismo)”, avisa Blancard. Esse grupo é o alvo principal da indústria do tabaco, que oferece produtos customizados (narguilé, cigarros mentolados e com outros sabores) e posiciona os maços em embalagens chamativas ao lado de balas nos pontos de venda.

Fumo passivo

O pneumologista acrescenta que é fundamental investir em ações capazes de reduzir os malefícios causados também pelo tabagismo passivo (inalação de fumaça de cigarro ou outros produtos derivados do tabaco por pessoas que não fumam), que também é causa de doenças e morte. “Hoje é a terceira maior causa de óbitos no mundo (perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool). É preciso acabar com isso”, reforça Blancard Torres.

Onde procurar apoio 

– A Secretaria de Saúde do Recife tem grupos com atividades nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para tratamento. Informações: 3355-2811 / [email protected]
– O Ambulatório Maria Fernanda do Real Hospital Português, no bairro de Paissandu, Centro do Recife, tem grupo de tabagismo, às quintas-feiras, para apoiar fumantes que desejam largar o vício, com suporte gratuito de pneumologista, psicólogo, assistente social e enfermeiro. Informações: 3416-1494 (das 7h às 12h)

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