Auxiliar no tratamento dos pacientes e estimular a boa alimentação entre eles, funcionários e parentes são objetivos da horta cultivada no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, na Tamarineira, Zona Norte do Recife. Da área de aproximadamente 50 metros quadrados, semanalmente, são colhidas hortaliças como alfaces, berinjelas, tomates cerejas e manjericão, enviadas para a cozinha e integram o cardápio da unidade de saúde. O projeto tem parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) e conta com a atuação direta dos que estão em atendimento no local.
Iniciada em 2016, a ideia de cultivar os alimentos na entrada do hospital partiu de estudantes. “Alunos do curso de engenharia agrícola me procuraram e falaram que tinham passado na frente do Ulysses Pernambucano e visto canteiros desativados e sugeriram trabalharmos com a hortaterapia. O hospital aceitou e começamos o projeto de extensão, inicialmente todo bancado pela universidade. Depois, o Ceasa virou parceiro”, explicou o coordenador de educação continuada da reitoria de pró-extensão da UFRPE, Roberto de Albuquerque. “Queremos ampliar o projeto e o que é plantado aqui, trazendo elementos como feijão e milho, e também atender o pedido de hospitais particulares e clínicas, que já solicitaram desenvolvermos algo semelhante para eles”, detalha.
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Atualmente, duas vezes na semana um grupo de pacientes atendidos pela unidade entra em contato com a horta, ajudando na colheita, plantação e manutenção das plantas. “A gente tem de forma empírica essa resposta positiva vinda de quem participa. É uma proposta indicada para todos os assistidos aqui na unidade”, explica a terapeuta ocupacional Elisabete Rocha, que faz parte da iniciativa e há 27 anos trabalha com saúde mental no Ulysses Pernambucano.
A fala de Elisabete é confirmada pela experiência de quem entra em contato com a terra e as hortaliças. “Eu adoro, pois a gente aprende a plantar e cuidar das plantas”, conta uma paciente de 42 anos, que está finalizando o tratamento na unidade. “Na primeira vez em que eu vim mexer na terra gostei da sensação. Gostei também de comer depois a salada”, afirma outra mulher de 29 anos, em tratamento na unidade.
Parceiros
Os parceiros do projeto ficam responsáveis por torná-lo ainda mais profissional, com palestras e mecanismos. “Uma vez por semana a gente faz colheita daqui e leva para o hospital. Quem fica responsável pela distribuição é o Horta em Todo Canto (programa coordenado pela Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional de Pernambuco), e o Ceasa fornece o funcionário e a compostagem utilizada na plantação”, explica o estudante da UFRPE Felipe Maranhão, 20 anos, que cuida da horta.
“Beneficia todo mundo, além de aproveitarmos esse espaço que era abandonado e ganhou nova vida. Para os pacientes, é muito boa essa atividade. Deu outro aspecto ao hospital, graças aos estudantes”, comemora a diretora da unidade, Ruth Thiel.
