SOLIDARIEDADE

Fila de espera: 1.448 pacientes ainda sonham com transplante em Pernambuco

A maior fila de espera é a de rim, com mais de mil pessoas

JC Online
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Publicado em 12/12/2019 às 10:23
Agência Brasil
A maior fila de espera é a de rim, com mais de mil pessoas - FOTO: Agência Brasil
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Atualmente, há 1.448 pacientes aguardando por um órgão ou tecido em Pernambuco, segundo a Central de Transplantes do Estado (CT-PE) que comemora, nesta quinta-feira (12), 25 anos de criação e mais de 22 mil procedimentos realizados.

A maior fila de espera é a de rim, com 1.087 pessoas, seguida de córnea (188), fígado (113), medula óssea (29), coração (17) e rim/pâncreas (14).

Córnea zero

Em 2019, Pernambuco manteve o status de córnea zero, sustentado desde 2017. Apesar de haver, atualmente, 188 pessoas esperando pelo transplante de córnea no Estado, o status significa que todo paciente que tem indicação para o procedimento e os exames necessários para ser inscrito na fila de espera faz a cirurgia em até 30 dias.

Saiba como doar

Além da doação de órgãos e tecidos após o falecimento, também é possível se tornar um doador ainda em vida e ajudar a reduzir a lista de 1.448 pacientes que ainda sonham com um transplante em Pernambuco. O gesto de solidariedade pode ser prestado com parte do rim ou medula óssea e, ocasionalmente, com parte do fígado ou do pulmão para um de seus familiares.

Para doadores não parentes, há necessidade de autorização judicial, aprovação da Comissão de Ética do hospital transplantador e da CNCDO (Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos – INCA), assim como de comunicação ao Ministério Público.

Medula óssea

Para doar a medula óssea, a pessoa interessada em doar deve ir ao Hemope para fazer seu cadastro e coleta de uma amostra de sangue, para a realização dos exames de compatibilidade. Assim, é possível ajudar alguém de qualquer lugar do Brasil e do mundo.

Em Pernambuco, o cadastro do doador de medula é feito nas unidades do Hemope do Recife, Caruaru, Garanhuns, Serra Talhada, Arcoverde, Ouricuri e Petrolina. Para ser um doador, o interessado, que deve ter entre 18 e 55 anos, participa de uma palestra sobre o assunto e assina um termo de consentimento, além de preencher uma ficha com informações pessoais.

Avise à família

No Brasil, para ser doador de órgãos e tecidos, não é necessário deixar nada escrito. Basta avisar a família. É ela quem autorização a ação.

Após a morte

Pessoas de todas as idades e históricos médicos podem ser consideradas potenciais doadoras. Sua condição médica no momento da morte determinará quais órgãos e tecidos poderão ser doados.

O paciente internado em unidade de terapia intensiva (UTI) com morte encefálica, em geral causada por traumatismo craniano (TCE) ou derrame cerebral (AVC) é um potencial doador. A retirada dos órgãos e tecidos é realizada no centro cirúrgico do hospital e segue toda a rotina das grandes cirurgias. A retirada de córnea pode ser realizada até seis horas após a parada cardíaca.

Rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos, como córneas, pele e ossos são alguns dos órgãos que podem ser doados após o falecimento.

Transplantes em 2019

Só neste ano, entre janeiro e outubro, 1.378 pessoas tiveram a chance de um recomeço em Pernambuco. Desse total, foram 647 transplantes de córnea, 324 de rim, 210 de medula óssea, 133 de fígado e 39 de coração.

Vidas Compartilhadas

Todos temos histórias emocionantes para contar. Algumas revelam como a dor da morte pode se transformar em solidariedade e levar esperança para um recomeço. Na reportagem especial Vidas Compartilhadas, o JC apresenta o mundo da doação e dos transplantes de órgãos pelas vozes de pessoas que ensinam, mesmo diante das adversidades, a recomeçar a vida quantas vezes for preciso. Confira o especial Vidas Compartilhadas aqui.

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