Saúde

Secretário avalia necessidade de terceiro turno para cirurgias no Getúlio Vargas

Proposta tem como objetivo desafogar a fila de pacientes que tiveram seus procedimentos cirúrgicos adiados ou suspensos devido à interdição de parte do hospital

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 12/12/2019 às 11:49
Foto: Day Santos/JC Imagem
Proposta tem como objetivo desafogar a fila de pacientes que tiveram seus procedimentos cirúrgicos adiados ou suspensos devido à interdição de parte do hospital - FOTO: Foto: Day Santos/JC Imagem
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Quase quinze dias após interdição de parte do Hospital Getúlio Vargas (HGV), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, devido a problemas na infraestrutura, o secretário Estadual de Saúde, André Longo, informa que avalia a possibilidade de ampliar o horário de cirurgias realizadas na unidade. A proposta tem como objetivo desafogar a fila de pacientes que tiveram seus procedimentos cirúrgicos adiados ou suspensos devido ao isolamento de parte do hospital.

“A gente acredita que vai conseguir reacomodar esses espaços (do bloco G3, que está interditado) nos G1 e G2, sem que haja prejuízo dos serviços. E, para isso, estamos com a proposta de fazer um terceiro turno cirúrgico – ou seja, de estender o horário de funcionamento dos blocos G1 e G2 para recompor aquelas cirurgias que foram adiadas pelo período de interdição. Conversamos com o corpo clínico (de médicos e demais profissionais de saúde) para conseguir criar esse terceiro turno, reorganizando as escalas e a hora das cirurgias”, destaca André Longo.

A expectativa do secretário é que, com o horário estendido, o HGV ganhe capacidade operacional para realizar até um número maior de procedimentos do que fazia antes do isolamento do bloco G3. “Basta imaginar que, se conseguirmos colocar mais um turno nas 13 salas, será possível até operar mais do que se conseguia com as quatro salas (do G3, hoje interditadas)", acrescenta.

PRAZOS

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) prevê que as obras para restauro do prédio só devem ser iniciadas no segundo semestre do próximo ano. A estimativa foi apresentada na última terça-feira (10), pelo secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, após audiência realizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) com representantes da SES e dos conselhos profissionais da área.

“Ficou decidido que a SES informará, até o dia 30 de janeiro do ano que vem, o resultado da dispensa emergencial para contratar uma empresa que realizará o projeto de recuperação estrutural do hospital. Até 26 de maio, deve ser apresentado esse estudo, que fará análise do solo e de outros aspectos estruturais do Getúlio Vargas”, informou a promotora de Justiça Helena Capela. Além disso, ela destacou que a Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), uma empresa de engenharia e a SES passarão a realizar vistoria e monitoramento quinzenais, ao invés de mensais, nos blocos G1, G2 e G3 do hospital, com encaminhamento de relatório sobre esse trabalho para a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde.

“Sabemos que os funcionários têm trabalhado em condição de estresse. Embora só o G3 esteja interditado, o G1 e o G2 são interligados a ele. Não se constatou risco iminente (de acidente de ordem estrutural), mas todos os três blocos precisam de reparos. Essa vistoria quinzenal ajudará a monitorar melhor os problemas”, acrescentou Helena. Ainda durante a audiência ficou decidido que a SES apresentará, em dez dias, um plano emergencial para possíveis encaminhamentos de pacientes a outras unidades, caso o HGV não tenha condições para fazer atendimentos na urgência, consultas e cirurgias.

Com o isolamento do G3, após funcionários e pacientes relatarem ter ouvido um estalo no prédio no último dia 29, o HGV passa a contar com menos quatro salas de cirurgia e menos oito consultórios no ambulatório. Ainda assim, o diretor do HGV, Bartolomeu Nascimento, garantiu que os atendimentos acontecem em outras áreas do hospital. “A capacidade está reduzida, mas a emergência funciona. Há também oito salas de cirurgia para procedimentos emergenciais e eletiva. Na última segunda (9), atendemos 380 pacientes (em média, são 400 por dia). Então, o impacto (na assistência) não foi de grande magnitude”, destacou Bartolomeu.

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