O Teatro Barreto Júnior ficou lotado para ver o diretor Antonio Cadengue de volta à direção e um novo espetáculo. Ele estreou no último sábado (11) a peça Vestígios. No palco, um elenco enxuto, de três atores, vive a história escrita por Aimar Labaki. Marcelo (interpretado por Roberto Brandão) está preso, depois de abandonar a cabeça decepada de uma mulher em frente ao IML, que ao acordar encontrou ao seu lado, na cama. Dois agentes especiais (vividos por Marcelino Dias e Carlos Lira) o pressionam para que revele os nomes e as informações que sabe sobre um esquema obscuro. As ações se constroem sob um clima de suspense.
A adaptação feita por Cadengue, embora seja no teatro, também permeia uma narrativa cinematográfica, favorecida pelos recursos de blecautes. O belo cenário criado por Doris Rollemberg casa-se ao suspense da montagem. Nele, através dos blocos espelhados e com jogo de iluminação, os torturadores ganham ângulos fantasmagóricos e entram em planos diferentes nas cenas. A trilha sonora também colabora para isso.
No final da apresentação de estreia, o elenco e a produção dedicaram a noite aos artistas Diva Pacheco, Bobby Mergulhão, Morse Lyra Neto e Rutílio de Oliveira, que morrem recentemente. Vestígios fica em cartaz até o final de setembro no Teatro Barreto Júnior. As apresentações são aos sábados e domingo, às 20h. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5. A montagem tem incentivo do Funcultura.
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