Estreia

Texto de Ronaldo Correia de Brito é encenado no Teatro Apolo

"Duas mulheres em preto e branco" estreia neste sábado (29), no Recife. Peça é uma provocação aos sentimentos e memórias humanas

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 28/09/2012 às 6:32
Regina Protskof/Divulgação
"Duas mulheres em preto e branco" estreia neste sábado (29), no Recife. Peça é uma provocação aos sentimentos e memórias humanas - FOTO: Regina Protskof/Divulgação
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Sem pudor, sem meias palavras, Duas mulheres em preto e branco chega ao Recife, neste sábado (29), às 20h, no Teatro Apolo, como um soco no estômago. Um soco de provocação, de instigação, daqueles que põem em xeque qualquer relação e sentimento, principalmente aqueles intrapessoais. A peça fica em cartaz até 21 de outubro.

Com texto do escritor cearense Ronaldo Correia de Brito – um dos contos do seu livro Retratos imorai –, o espetáculo mostra os caminhos e descaminhos na vida de Sandra e Letícia. Amigas que, ao mesmo tempo em que se afastam, se completam. Elas são médicas, estudaram juntas, enfrentaram o regime militar, foram hippies e nunca deixaram de ser inseparáveis. Sandra, vivida por Sandra Possani, casou com Paulo; Letícia, interpretada por Paula de Renor, é esposa de Miguel.

Quatro amigos marcados pela separação. Sandra e Paulo se divorciaram, e logo depois Letícia descobre que sua amiga é a amante do seu marido. Daí surge a linha tênue que as divide entre o bem querer e o ódio. Personagens destruídas, que compõem um jogo de acusações, mágoas e ameaças, trancadas em um quarto, sob os gritos de uma cidade poética, o Recife.

Os ventos varreram a confiança o marido e na amiga. Num relance de espelho, Letícia sentiu-se a Louisiana abandonada. - Traidora!

Trecho do conto de Ronaldo Correia de Brito, que é montado na íntegra no espetáculo.

 

A escolha do texto foi feita por Paula de Renor. Admiradora confessa da obra de Ronaldo. Ela já montou, em 1999, Arlequim, da Trilogia das Festas Brasileiras, e chegou a pedir ao autor um novo texto. “Quando Ronaldo foi lançar Retratos imortai, ele disse a mim que achava Duas mulheres em preto e branco interessante de ser montado, que tinha feito pra mim. Logo me encantei pelo texto, e resolvi montá-lo”, lembra Paula. “Escolhi Moacir Chaves como diretor porque quis seguir a obra na íntegra, narrativamente. E ele é experiente nesse estilo de ruptura do teatro.”

Moacir tem um estilo elogiado de direção que ousa romper com conceitos estáticos, principalmente no que diz respeito à dramaturgia, utilizando-se de textos literários na construção da cena. Para essa montagem, o diretor também trouxe o parceiro iluminador premiado Aurélio de Simon. Aliás, a peça, segundo a própria equipe é um encontro de Estados. Sandra é gaúcha; Moacir e Aurélio, cariocas; e Paula e o restante do grupo, recifenses. 

Veja entrevista, abaixo, com a equipe de Duas mulheres em preto e branco.

Leia a matéria completa no Caderno C desta sexta (28).

 

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