Teatro

Trema! começa nesta quarta (8) e discute a relação do homem com o espaço público

Festival de Teatro de Grupo do Recife acontece até domingo. A abertura é com o grupo Mala Voadora, de Portugal

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 07/04/2015 às 7:51
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Festival de Teatro de Grupo do Recife acontece até domingo. A abertura é com o grupo Mala Voadora, de Portugal - FOTO: Divulgação
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Quando a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp), em março, levou ao palco tensões geográficas e políticas que assolam o mundo, sobretudo aquelas do Oriente Médio, o fez para discutir o tema através de estéticas e propostas cênicas particulares, com grupos de fora do Brasil (apenas uma peça era nacional). Embora com bem menos recursos e dimensão menor do que a MITsp (o festival paulista custou mais de R$ 3 milhões), começa amanhã, no Recife, o Festival de Teatro de Grupo – Trema!, com um eixo curatorial que se propõe, de forma semelhante, a pensar os espaços, pertencimentos e ocupações que refletem no homem (recifense, sobretudo) contemporâneo. 

Até domingo, o festival independente, que nesta edição tem como tema “Ocupar e resistir”, reúne, na capital, cinco companhias cujos trabalhos são frutos de pesquisa continuada de seus integrantes – o chamado teatro de grupo. Pela primeira vez, há duas atrações internacionais. Uma delas é o Mala Voadora, de Portugal, que abre a programação com a peça Protocolo, com sessões até sexta, no Teatro Hermilo Borba Filho. 

Veja a programação completa: Festival Trema! anuncia programação

Criado a partir de um texto do rei Luiz XIV o espetáculo brinca com as regras de etiqueta social para questionar as relações e imposições da sociedade. O grupo português trabalha uma estética bastante peculiar: o hibridismo entre teatro, dança e performance. “O que procuramos não é estabelecer uma linguagem só. Nossas peças surgem de texto que não são necessariamente dramáticos. Podem surgir de discursos de políticos e até de uma coleção de selos”, explica o diretor Jorge Andrade, que divide a cena com a atriz Anabela Almeida. O Mala Voadora é parceiro do Magiluth na criação do novo trabalho do grupo recifense que estreia em outubro na cidade do Porto (Portugal), e trarará da felicidade. 

Esta terceira edição de Trema! é, talvez, uma das mais politizadas. Outro destaque do festival, por exemplo, é o grupo As Travestidas, do Ceará. Norteado por uma investigação sobre travestis, transexuais e transformistas, o grupo é referência no teatro contemporâneo justamente por levar à cena este tema, sem meias-palavras. Um eixo performático também foi criado nesta edição, com a presença do Mazdita. Parceria entre artistas brasileiros e argentinos, o grupo faz performances tendo como centro as relações de memória e afetividade da cidade, seus cidadãos e os espaços que pertencem a todos. 

 

 

Além do Magiluth, que apresenta Viúva porém honesta e Luiz Lua Gonzaga (este será encenado durante o Ocupe Estelita, evento que debate a ocupação do espaço público do Recife), um outro grupo pernambucano também integra a programação do Trema! deste ano. O Poste: Soluções Luminosas, companhia e espaço de encenação, apresenta A receita, que usa da cozinha como metáfora para refletir sobre atitudes e comportamentos humanos.

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