Teatro

Coletivo Angu celebra 15 anos com maratona na Caixa Cultural

Grupo apresentará peças e espetáculos no centro cultural

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Publicado em 28/06/2017 às 13:38
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Grupo apresentará peças e espetáculos no centro cultural - FOTO: Divulgação
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No início dos anos 2000, diretamente influenciados pela experiência do manguebeat, artistas de diferentes linguagens, como cinema, música e artes plásticas, se lançaram no aprofundamento de seus processos experimentais cujas temáticas, quase sempre, lançavam olhar sobre o Pernambuco contemporâneo. Foi do interesse de traduzir essas questões para o palco que surgiu, em 2003, o Coletivo Angu de Teatro. Abrindo as comemorações de seus 15 anos, que serão comemorados ano que vem, o grupo inicia amanhã a Maratona Angu, na Caixa Cultural, com apresentação de três espetáculos e realização de oficinas.

Formado inicialmente por André Brasileiro, Hermila Guedes, Gheuza Sena, Fábio Caio e Marcondes Lima, o coletivo nasceu de forma despretensiosa, com objetivo inicial de levar ao palco Angu de Sangue, texto de Marcelino Freire. Com a estreia da obra, em 2004, perceberam a necessidade de investir na formação e pesquisa continuada através do teatro de grupo, que andava em decadência no Recife.

“O cinema já estava pensando esse Recife contemporâneo, que muito nos interessava. O texto de Marcelino, para nós, traduzia essas questões ligadas à cidade e, principalmente, às pessoas. Levar para a cena textos não dramáticos de autores pernambucanos, como Newton Moreno [ÓPERA, 2007]e Luce Pereira [Essa Febre Que Não Passa, 2001] se apresentou como um caminho natural e um desafio”, explica André Brasileiro.

Com a proximidade dos 15 anos de grupo, os integrantes conseguem observar com mais clareza os pontos de maturação e o refinamento das questões temáticas. Levando para a cena questões ligadas ao social, assim como ao psicológico, sempre com um viés queer com toques subversivos, o Angu mantém a proposta de falar sobre os corpos que a sociedade conservadora considera abjetos

“Enquanto grupo, hoje temos uma estética mais definida, uma pesquisa consolidada, marcada por um intenso processo colaborativo. Nossa angústia sempre esteve ligada a entender o presente em suas diversas ramificações: a questão política, de gênero, da sexualidade, mais fortemente”, reforça André.

Além dos fundadores, atualmente compõem o Angu Nínive Caldas, Lili Rocha; Arilson Lopes, Tadeu Gondim e Ivo Barreto. Apesar de caminhar lado a lado com os parceiros, inclusive participando das peças, Fábio Caio não integra mais o grupo.

SAIBA MAIS SOBRE OS ESPETÁCULOS

ANGU DE SANGUE (2004)
29 e 30 de junho, às 20h; 1º de julho, às 17h (com tradução em LIBRAS) e 20h
O espetáculo leva para o palco dez contros de Marcelino Freire. São abordados temas como solidão, desigualdade social, descaso e preconceito no cotidiano das grandes cidades.


OSSOS (2016)
06 e 07 de julho, às 20h; 08 de julho, às 17h (com tradução em LIBRAS) e 20h
Obra mais recente do coletivo, também é inspirada no primeiro romance de Marcelino Freire, Nossos Ossos. Com narrativa não linear, peça acompanha o dramaturgo Heleno em uma viagem entre São Paulo e sua terra natal, no interior de Pernambuco, revelando seus medos, desejos e relação com a morte.

ÓPERA (2007)
13 e 14 de julho, às 20h; 15 de julho, às 17h (com tradução em LIBRAS) e 20h
Peça adapta quatro histórias criadas pelo pernambucano Newton Moreno, que são permeadas marcadas por crítica social e questionamento em relação aos valores sociais contemporâneos. As temáticas relativas ao universo LGBT, recorrentes na poética do grupo, marcam o espetáculo.

Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia).

OFICINAS

A maratona prevê ainda a realização de oficinas, com o objetivo de esclarecer os métodos de criação do grupo. A primeira delas é Mexendo Com o Pós-Dramático, ministrada por Marcondes Lima e Ivo Barreto, dia 1º de julho e foca nas dinâmicas de trabalho desenvolvidas pelo coletivo, a partir de textos não escritos para teatro.

Dia 8, Marcondes comanda O Pensamento dos Elementos Visuais na Cena, no qual compartilhará as sistemáticas de concepção dos elementos visuais nos espetáculos do Angu. Já “Operando” Sobre a Arte da Trucagem no Teatro, ministrada dia 15, põe no centro o universo queer, com foco nas técnicas da arte transformista. Para participar das atividades, que são gratuitas, é preciso enviar breve currículo e carta de intenção para o e-mail [email protected].

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