Crítica

Bruno Garcia e Alexandra Richter brilham em A História de Nós 2

Comédia romântica é apresentada no RioMar, na sexta e no sábado

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 19/08/2017 às 8:24
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Comédia romântica é apresentada no RioMar, na sexta e no sábado - FOTO: Divulgação
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Logo nas três primeiras falas, percebemos que o trunfo da encenação está na simplicidade arrojada. O texto de Licia Manzo tem um magnetismo em espiral, mas não atingiria sua potência comunicaconal sem o entrosamento perfeito de Bruno Garcia e Alexandra Richter. Com curtíssima temporada nos últimos sexta e sábado no Teatro RioMar, a A história de nós 2 é apenas grandemente o que o teatro pode ser: um ótimo texto, uma direção elegante e dois atores desfilando com autoridade de flor sobre espinho suas falas.

A peça estreou ainda em 2009, e teve até o diretor, Ernesto Piccolo, num dos papeis. No espetáculo desde janeiro desde ano, Bruno Garcia voltou a se apresentar na cidade depois de 17 anos sem pisar num palco local. Na sexta, a apresentação teve gosto mesmo de volta. Familiares e muitos amigos se misturavam ao público. "É como dar uma festa em casa", ele disse, ainda no palco, ao final da peça, e antes de ir receber a plateia do hall da sala de espetáculos.

Com marcações dinamicamente coreografadas - e muito recursos de frontalidade, para que os personagens possam se contradizer diante do público com pontos de vista diferentes sobre as mesmas experiências conjugais - vamos acompanhando o início do início e o início do fim do relacionamento de Edu em Lena, através de deliciosos clichês e frases de parachoques exibindo as personas que vão se formando entre os casais. A marcação dos atores não apenas reforça suas comicidades atentas ao humor das situações cotidianas como potencializa os tempos dramáticos alternados do texto, estruturado em flashbacks sucessivos.

 

TIMMING

Sem dramas, choro e vela preta, o texto vai expondo o terno e eterno patético das relações - não comove ao extremo, mas deixa a plateia claramente visitada por gargalhadas reflexivas. Uma peça que naufragaria sob intérpretes sem senso de oportunidade cênica. Felizmente, timming, nessa peça, Bruno e Alexandra têm de sobra - o que só reforça o potencial da versão cinematográfica que deve virar uma leve e aderente comédia de verão.

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